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Crítica

Um Momento Pode Mudar Tudo | Crítica

Atuação forte de Hilary Swank mostra como superar as dificuldade de uma doença em busca da felicidade

02.04.2015, às 19H06.

Em uma temporada em que filmes onde doenças são uma das protagonistas foram premiados, como A Teoria de Tudo (Oscar de melhor ator para Eddie Redmayne) e Para Sempre Alice (melhor atriz para Julianne Moore), Um Momento Pode Mudar Tudo (You're Not You, 2014) merece um destaque. Aqui, Hilary Swank vive uma personagem diagnosticada com esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença degenerativa onde a pessoa  começa a perder o controle sobre os músculos do corpo. E convence.

Baseado no livro de Michelle Wildgen, a trama conta a história de Kate (Swank), uma designer e ex-pianista que vive um casamento perfeito com o seu marido, Evan (Josh Duhamel). Bem sucedidos, morando em uma casa dos sonhos e amados pelos amigos, o casal vive uma vida sem problemas, até Kate começar a sentir os primeiros sintomas da doença. Para ajudá-la a superar as dificuldades, a jovem problemática Bec (Emmy Rossum) é contratada mesmo sem ter experiência nenhuma, surgindo uma grande e sincera amizade entre as duas mulheres.

Swank se destaca com uma atuação forte e convincente, pouco vista desde que ganhou o Oscar de melhor atriz por Menina de Ouro. Sua performace com o desenvolvimento da doença de Kate cativa, aperfeiçoada com a ótima química entre ela e Hossum. A jovem mescla com grande eficiência a personalidade forte de Bec com sua insegurança, provada pela dificuldades em se relacionar com homens e a falta de coragem em seguir seus sonhos, muitas vezes por ser sempre desencorajada pela mãe (Marcia Gay Harden).

A humanidade intensa dos personagens é muito bem trabalhada pelo diretor George C. Wolf (Noites de Tormenta), que escolheu com perfeição o elenco de apoio. O casal formado por Ernie Hudson e Loretta Devine é um ótimo exemplo, mostrando ao público que existem modos de superar as doenças sem perder o amor pela vida. Duhamel também não fica para trás, mesmo que em uma participação mais discreta, representando o lado frágil do relacionamento e as consequências que a falta de comunicação e afeto causam em uma pessoa. O constraste na cena em que Bec transa com um rapaz ao mesmo tempo que Kate e Evan se deitam para dormir, sem emoção alguma, deixa esta situação evidente.

O longa faz uma delicada abordagem do processo de uma doença tão delicada como ELA, sendo a mesma trágica por si só. Kate prova, porém, que mesmo com tantos obstáculos, nada impede uma mulher determinada de seguir em busca de sua felicidade.

Nota do Crítico
Ótimo