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Crítica

Um Espião e Meio | Crítica

Dwayne Johnson e Kevin Hart estrelam comédia good vibe, mas sem muitas novidades

09.08.2016, às 14H19.

Ao invés de tentar surpreender o público com tramas audaciosas e piadas inovadoras, muitas comédias tem a premissa apenas de divertir de forma protocolar e sem muito risco. Esse é o caso de Um Espião e Meio, filme estrelado por Dwayne Johnson e Kevin Hart.

Na trama, Hart é Calvin Joyner, um jovem prodígio do colégio, que coleciona prêmios, amigos, popularidade e uma linda namorada. Todos esperam um futuro brilhante para ele. Enquanto isso, Johnson faz o papel de Bob, um garoto gordinho que sofre todo tipo de bullying dos amigos e protagoniza um momento de muita vergonha e trauma logo no começo do filme. Mesmo com realidades tão diferentes, Joyner ajuda Bob em certo momento e o personagem se lembra disso 20 anos depois, quando se tornou um agente fortão da CIA e precisa de ajuda com um caso.

Durante o filme, há várias sequências que acentuam a diferença física entre Hart e Johnson (o que também é reproduzido pelo título brasileiro). Nesse caso, porém, a temática do bullying é tratada com mais leveza e piadas e não permite uma discussão mais profunda. O assunto retorna algumas vezes no filme, com outros personagens, e só então recebe um tratamento mais sério.

A ação acontece principalmente em cenas de perseguição. Apesar de dizer para Calvin que tem uma missão importante para salvar o mundo, Bob é procurado pela CIA, que o considera culpado por alguns crimes, incluindo a morte de seu antigo parceiro. Essa dubiedade do personagem é bem explorada, com várias cenas ganhando diferentes pontos de vistas: Bob é tanto vítima, quanto culpado.

Com o reencontro dos personagens depois de tantos anos, o filme também dedica um tempo para discutir as pressões da época de escola e da vida adulta. Calvin tinha um futuro muito promissor, e acabou como contador em uma empresa, onde não consegue uma promoção e vive como um cidadão médio. Hart acerta bem na atuação, ao mostrar que se sente frustrado e ainda convive com pressões da época. Já Johnson não entrega muito quando se trata de mostrar o trauma de seu personagem, mas compensa isso com uma boa dinâmica com Hart. Nas cenas dos dois é realmente possível acreditar que são amigos de longa data. Há ainda algumas participações especiais de atores conhecidos, que vão muito bem em seus papéis e dão um brilho a mais para a conclusão da trama.

Ou seja, Um Espião e Meio não tem nenhuma pretensão de ser original e, no fim das contas, não há nada de errado nisso. É o tipo de comédia básica, que não leva a interpretações ou análises profundas, mas é perfeita para fazer rir e divertir em um fim de semana em família.

Nota do Crítico
Bom