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Crítica

Truque de Mestre: O 2º Ato | Crítica

Ta-da!

09.06.2016, às 17H22.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Como o plano de um faminto Coiote para capturar Papa-Léguas, a franquia Truque de Mestre cria as suas ilusões. Os filmes são construídos por uma lógica de desenho animado, em que para ser conquistado pela trama é preciso se deixar prender pela engenhoca ACME. Ou seja, é preciso desligar o cérebro.

O roteiro é arquitetado como um truque, com diversos elementos sendo pontos de distração até a chegada da revelação final. Se no primeiro filme essa reviravolta resultou em um terceiro ato sofrível, na continuação a transição é mais orgânica. As regras desse universo de ilusionistas já foram estabelecidas, o exagero das situações já foi aceito e a história se desenvolve despretensiosamente, temperando a trama do roubo de uma tecnologia capaz de acessar e controlar todo tipo de informação disponível na internet com uma série de planos de vingança. Ao contrário do seu antecessor, Truque de Mestre: O 2º Ato não quer parecer mais inteligente do que é.

Substituindo Louis Leterrier na direção, Jon M. Chu se diverte com os talentos estapafúrdios dos seus protagonistas, tornando as sequências de truques em pequenos curtas-metragem frenéticos. Os movimentos vistos em cena desafiam qualquer tentativa de explicação lógica, mas Chu sabe usar a magia do cinema para transformar o absurdo em entretenimento. Os olhos curiosos apenas seguem a carta que se move de uma mão para outra, sem se preocupar com as leis da física.

A credibilidade dessa grande trupe de charlatões está elenco - do primeiro filme retornam Jesse Eisenberg (J. Daniel Atlas), Mark Ruffalo (Dylan Rhodes), Woody Harrelson (Merritt McKinney), Dave Franco (Jack Wilder), Michael Caine (Arthur Tressler) e Morgan Freeman (Thaddeus Bradley), com as adições de Daniel Radcliffe (Walter Mabry), Lizzy Caplan (Lula, que no Brasil foi rebatizada como Lola para evitar animosidades políticas) e astro taiwanese Jay Chou (Li). A saída de Isla Fisher dos Quatro Cavaleiros recebe uma desculpa esfarrapada qualquer, mas a escolha de Caplan como representante feminina dá mais humor ao grupo. Já a participação de Radcliffe poderia ser melhor aproveitada, mas rende um precioso aceno a Harry Potter. O restante do time parece assumir o trabalho como diversão, garantindo a leveza necessária para a proposta do longa.

Truque de Mestre segue a mesma linha de Velozes e Furiosos, trocando carros por mágicos. Sua diversão vem do disparato das suas ações, da sua falta de compromisso com a realidade, como um lobo que tenta capturar um galo-corredor usando uma ratoeira gigante. Sendo um desenho animado em live action, porém, pode pecar pelo excesso. No momento da revelação final, a hipnose perde o efeito, resta apenas o cansaço.

Nota do Crítico
Bom