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The Promise | Crítica

Primeiro holocausto do século 20 é revisitado em romance de guerra com Oscar Isaac e Christian Bale

12.09.2016, às 15H48.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Não me recordo de quantos filmes já assisti com a frase "até hoje o governo turco se recusa a admitir seus crimes contra o povo armênio" antes dos créditos finais. Todavia, um século após o genocídio que exterminou 1,5 milhão de pessoas, é importante que a frase continue aparecendo ao final de produções cinematográficas e não deixe que tais horrores sejam esquecidos.

The Promise é o mais recente filme a tratar do tema - e chega através do cinemão humanitário do irlandês Terry George. O diretor de Hotel Ruanda mais uma vez equilibra bem na trama os fatos históricos e dramas humanos. O épico e o íntimo.

No filme, um apotecário armênio (Oscar Isaac) parte de sua pequena vila no interior para a cosmopolita Constantinopla, para aprofundar seu conhecimento em uma escola de medicina. Na nova cidade, vê o mundo através dos olhos vividos de uma artista (Charlotte Le Bon) e um jornalista americano (Christian Bale). A inevitável sedução que se segue forma um triângulo amoroso às portas da Primeira Guerra Mundial - quando ninguém imaginaria os horrores que se seguiriam.

Com execução primorosa, excelente direção de arte e contando com atuações dedicadas do trio principal, em especial Isaac, The Promise é surpreedentemente econômico no melodrama e não transforma em caricaturas seus vilões. O final, esperado, começa até a escorregar, com uma desnecessária lembrança de Titanic, mas são apenas os últimos minutos de um filme tão inspirado quanto importante.

Nota do Crítico
Bom