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Crítica

The Free World | Crítica

Romance sobre liberdade esbarra na sua moral da história

23.01.2016, às 10H24.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Da velha lição de que liberdade é mais um estado de espírito do que uma situação física, o roteirista e diretor Jason Lew cria o seu The Free World.

Boyd Holbrook e Elisabeth Moss interpretam pessoas aprisionadas nas próprias vidas: Mohamed Lundy por ter passado a vida na prisão, Doris Lamb por se submeter à violência do marido. O encontro com a liberdade vem quando os dois se encontram presos no apartamento dele, descobrindo um novo mundo em um momento de desespero.

Do elenco competente, Holbrook é o destaque, assumindo Lundy como um dos cachorros assustados do abrigo em que seu personagem trabalha. Uma vez provocado, reencontra o animal que tentava reprimir.

As boas atuações, porém, esbarram na mensagem que Lew quer passar. Todo instante, toda imagem, foca na ideia que a liberdade não está lá fora, que esse mundo livre pode existir entre duas pessoas, mesmo que estejam presas. É como se a “moral da história” fosse maior do que a trama, impedindo um envolvimento maior com os personagens e seus dramas.

Mesmo a conversão de Lundy para o islamismo só serve para uma metáfora final. O cristianismo pede confissão, ele explica para Doris, o islamismo pede entrega. E assim ele aprende a se render à vida.

Na sua estreia na direção de um longa-metragem, Lew mostra que precisa se libertar do próprio texto na hora de dar vida ao roteiro. Poderia aprender com outra velha lição, aquela sobre a jornada ser mais importante que o destino.

Leia mais sobre Festival de Sundance

*The Free World fez parte da seleção U.S. Dramatic do Festival de Sundance 2016. Paralelamente, o canal pago Sundance Channel terá na sua programação até 31 de janeiro o 10 Days of Sundance, com títulos que marcaram edições anteriores do festival, com exibições sempre às 23h.

Nota do Crítico
Bom