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Crítica: E.T. O Extraterrestre

Tã-nãããã-tã-nã-nã-nã-nããããã-nã

28.03.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

1982. Seres meigos. Dedos luminosos. Naves fumacentas. Bicicletas ao luar. "Telefone". "Minha casa". Alguns elementos jogados são suficientes – cenas inteiras voltam à memória, arrepia a lembrança daqueles momentos de emoção. No mundo do cinema, assim se reconhece um clássico, quando algumas expressões bastam para tornar o filme imortal. Faz vinte anos que Steven Spielberg remodelou a fantasia no cinema. Os adultos de hoje aprenderam, há duas décadas, a serem mais solidários, mais companheiros. Faz exatos vinte anos que o tocante E.T. - O Extraterrestre (E.T. the Extra-Terrestrial) foi exibido pela primeira vez

ET

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A comemoração do seu vigésimo aniversário chega com atualizações, revigorações visuais, retoques nos seus efeitos especiais e nas expressões do pequeno alienígena. De presente, duas mudanças mais significativas: a inclusão de uma cena, divertidíssima, na qual o E. T. brinca numa banheira; e a substituição politicamente correta, por walkie-talkies, dos revólveres dos agentes federais. De resto, permanece incólume a magia do filme. Steven Spielberg já experimentava brincar com a imaginação do público desde 1977, com Contatos imediatos do terceiro grau (Close Encounters of The Third Kind). No entanto, graças a uma abordagem felicíssima, que privilegiou o trabalho de ótimos atores-mirins e construiu cenas inesquecíveis, E.T. mostrou-se efetivamente revolucionário.

LIÇÃO DE SOLIDARIEDADE

Ao lado de Cocoon (de Ron Howard, 1985), a película figura como o modelo máximo para qualquer filme sério sobre extraterrestres. Por sua vez, a trilha-sonora emocionante do maestro John Williams serviu para pavimentar o caminho do sucesso e das antologias. Spielberg sempre soube como utilizar crianças em seus elencos, sem subestimá-las, dentro e fora da tela. Mais. Sempre anteviu os anseios iminentes do público infanto-juvenil, desde Indiana Jones até os dinossauros. Com o drama de E.T., a fórmula alcança o ápice - através da figura igualmente estranha e carismática do alienígena, o instrumento da catarse, os jovens ministram uma lição de solidariedade e os adultos emocionam-se em uníssono.

A história é vastamente conhecida, mas não custa relembrar.

Esquecido na Terra, depois de uma visita de sua nave espacial, o alienígena, perdido, aloja-se na casa de Elliot (Henry Thomas), um menino infeliz desde a separação de seus pais. Elliot torna-se amigo do E.T. e convence os irmãos a ajudá-lo na missão de reenviar o alienígena de volta ao seu mundo no espaço. Os destaques ficam indeléveis na memória, mas também vale enumerá-los: a atuação da promissora Drew Barrymore, o episódio primoroso dos sapos na aula de Biologia, as brincadeiras com as personagens de Guerra nas estrelas (Star Wars, de George Lucas, 1977) e, finalmente, a fuga com as bicicletas voadoras, que depois se tornariam o símbolo da Dreamworks, produtora de Spielberg.

Nota do Crítico
Excelente!