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Silk, o Primeiro Espírito Capturado | Crítica

Silk, o primeiro espírito capturado

18.01.2007, às 00H00.
Atualizada em 11.11.2016, ÀS 04H07

Silk, o primeiro espírito capturado
Guisi / Silk
Taiwan, 2006
Suspense - 107 min

Direção e roteiro: Su Chao-Pin

Elenco: Chen Chang, Chun-Ning Chang, Bo-lin Chen, Yosuke Eguchi, Barbie Hsu, Kar Yan Lam

Tem gente que devia se limitar a ter idéias - e jamais tentar executá-las. O taiwanês Su Chao-Pin, diretor e roteirista de Silk, o primeiro espírito capturado (Gui si), é uma dessas pessoas.

O cineasta teve uma idéia excelente para a premissa de seu terror: o que aconteceria se um fantasma fosse capturado? Quais seriam as implicações para a ciência do estudo de tal entidade enjaulada?

As possibilidades são inúmeras e, nas mãos de um realizador competente, dariam um filmaço. Mas Chao-Pin, empolgado com seu próprio ponto de partida inusitado, não soube o momento de parar. Surtou. Em 107 minutos ele enfia todas as idéias que já teve na vida dentro de um só filme.

Veja só... além do fantasminha enclausurado há uma equipe de investigação paranormal japonesa que parece saída de um episódio de Ultraman (só que mais legais, vestindo capotes), um cientista em busca da vida eterna, a procura pela anti-gravidade, o desenvolvimento de um material revolucionário, tramas pessoais irrelevantes, armas de longo alcance pra matar fantasmas, clichês de filme de assombração japonês, um superpolicial "capaz de ver as penas das asas de um pássaro voando e os rostos de todas as pessoas dentro de um ônibus em movimento", um tal fio de ódio que liga espíritos a seus algozes e até um macarrão assassino (sim!!! m-a-c-a-r-r-ã-o!!!). Deu pra ter um breve vislumbre do grotesco chorume que escorre disso tudo?

O resultado é hilário (não era essa a intenção!) e vergonhoso em diversas ocasiões. Não ajudam também os personagens cartunescos e as infrutíferas tentativas de assustar. Se existe algo de positivo a falar sobre essa bagunça, que cai no nosso colo direto do outro lado do planeta, é o fato de estarmos diante de um raríssimo "trash de raiz" contemporâneo. Sabe como é... trash que é trash se leva a sério o tempo todo, nem desconfia do papelão que está fazendo na telona. Su Chao-Pin, por esse lado, é um achado.

Nota do Crítico
Ruim