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Santuário 3D | Crítica

Nem produção-executiva de James Cameron salva filme sobre mergulhadores de morrer na praia

03.02.2011, às 20H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H15

Muita gente amou Avatar e voltou várias vezes ao cinema para revisitar Pandora. Mas há também os que acharam um exagero tamanha devoção, principalmente pela historinha sem grandes novidades. A verdade é que o universo criado, os personagens, o 3D e tudo mais que diz respeito ao visual é quase inquestionável. E a trama, apesar de não ser inovadora é muito bem contada, o que acaba envolvendo o espectador que já está imerso no novo planeta.

Santuário 3D

Santuário 3D

Santuário 3D

Santuário 3D (Sanctum) é o novo projeto de James Cameron. Porém, o autodeclamado rei do mundo assina aqui apenas a produção executiva. E isso já faz diferença. Além de ser genial na busca de novas tecnologias, Cameron sabe contar uma história. O mesmo não se pode dizer de Alister Grierson, o diretor de Santuário.

O longa-metragem carrega a telona (no Brasil estarão disponíveis cópias 2D, 3D e IMAX 3D) de imagens lindas. Um passeio de helicóptero por florestas e rios termina em um buraco enorme que leva a uma caverna subaquática cheia de túneis onde homem algum jamais esteve. Lá embaixo está a equipe de Frank (Richard Roxburgh), experiente mergulhador e espeleólogo. Descendo pelas cordas vão o filho do renomado pesquisador, Josh (Rhys Wakefield), o financiador da expedição, o bilionário Carl Hurley (Ioan Gruffudd), e a namorada para quem ele não cansa de se mostrar, Victoria (Alice Parkinson).

Tudo realmente muito vistoso, mas a história não tem a mesma profundidade das cavernas exploradas pela equipe. Na verdade, ela é rasa a ponto de não permitir uma formiga de mergulhar ali. Tudo é previsível, da tempestade tropical que chega antes da hora e fecha a porta de entrada/saída, às mortes que vão levando um a um os membros da equipe.

Se por um lado Grierson consegue criar bons momentos de tensão nas cenas de mergulho e maior desespero, fica difícil elogiar o seu trabalho como diretor de atores. A disputa do pai durão contra o filho irresponsável gera cenas que beiram a mediocridade, principalmente quando a câmera se enterra no rosto de Rhys Wakefield, que faz um péssimo adolescente revoltado por ter sido deixado de lado pelo pai. Outra careteira é Alice Parkinson e nem o ex-Reed Richards Ioan Gruffuld escapa do troféu William Shatner de canastrice.

Sabendo da importância da grife James Cameron, as empresas responsáveis pela distribuição do filme ao redor do mundo colocam o nome do cineasta acima até do título do projeto. Mas nem isso, nem a turnê promocional que Cameron está fazendo ao lado de Grierson e o corroteirista Andrew Wight são suficientes para salvar o filme de um afogamento iminente. Um lindo afogamento em 3D, vale dizer.

Nota do Crítico
Regular