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Roubo nas Alturas | Crítica

Fãs de Eddie Murphy, não se enganem, o dono do filme é Ben Stiller

15.12.2011, às 20H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

Roubo nas Alturas (Tower Heist, 2011) foi muito alardeado como o projeto que poderia trazer Eddie Murphy de volta aos filmes de ação e comédia que o tornaram mais famoso, como as séries Um Tira da Pesada e 48 Horas. E apesar de ser realmente um longa-metragem divertido e que prende a atenção do público por todos os seus 104 minutos, não dá para dizer que ele fará a carreira de Murphy voltar ao patamar de antes da atual safra, em que seus únicos sucessos são as comédias-família de gosto duvidoso, como O Grande Dave, A Creche do Papai e Professor Aloprado.

Roubo nas Alturas

Roubo nas Alturas

Roubo nas Alturas

O verdadeiro dono do filme é Ben Stiller. É ele, no papel do "caxias" Josh Kovaks, o verdadeiro protagonista e cérebro por trás do plano de assaltar a cobertura do milionário (Alan Alda) que roubou o fundo de pensão de todos os funcionários que trabalham em um luxuoso prédio no centro de Manhattan, incluindo a si próprio. A partir do momento que um dos empregados pula na frente do metrô em um ato de desespero e o milionário demonstra desdém, o assunto se torna pessoal e começa, então, o plano de vingança para reaver tudo o que lhes foi roubado.

Para ajudá-lo, Kovacs terá ao seu lado um outro ex-morador do prédio, o também falido mas muito informado Sr. Fitzhugh (Matthew Broderick); o eletricista de bom coração, mas poucos neurônios Enrique Dev'Reaux (Michael Peña); seu cunhado Charlie (Casey Affleck); a jamaicana especialista em cofres e fechaduras Odessa (Gabourey Sidibe); e o maior ladrão profissional que ele conhece Slide (Murphy). O problema é que Slide é um malandro das ruas acostumado a aprontar pequenos desfalques, não a roubar milhões de dólares do mais seguro prédio de Nova York. E assim começam as confusões, que envolvem ainda o FBI e a agente Claire Denham (Téa Leoni).

Apesar do tom de crítica social, que espelha bem de leve os atuais acontecimentos do movimento Ocupy Wall Street, contra a impunidade dada aos engravatados responsáveis pela atual crise mundial, o intuito do filme é apenas entreter. Por isso até a contratação de Brett Ratner, diretor que ficou conhecido com a divertida trilogia Hora do Rush e pelos seus trabalhos de aluguel, como em X-Men 3 e Dragão Vermelho, em que faz o que lhe é pedido, sem deixar uma impressão sua. Saem dali o engraçado treinamento de furtos liderado por Slide, a vertiginosa cena por fora do prédio e um desfecho previsível.

Se não tivéssemos em um passado recente ótimos filmes de assalto como O Plano Perfeito e a trilogia iniciada por Onze Homens e um Segredo, até daria para dar mais créditos a Roubo nas Alturas. Porém, ao fazer a comparação dá para perceber como são amadores os ladrões e, claro, todos os cineastas envolvidos no filme.

E você, fã de Eddie Murphy, tenha em mente apenas que o "dono" do filme não é ele, apesar de roubar a cena quando aparece.

Nota do Crítico
Bom