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Crítica

Rio 2 | Crítica

Roteiro fraco estraga o belo visual da animação

17.10.2014, às 14H18.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

A franquia Rio é a prova de que a cultura brasileira dá certo e chama atenção quando abordada da maneira correta. No entanto, é necessário apontar que a continuação, apesar de explorar um problema de extrema importância como o desmatamento da Amazônia e a extinção de algumas espécies animais, deixa muito a desejar.

É compreensível que Carlos Saldanha, após ter visto o sucesso da primeira produção, queira apresentar ao mundo outros aspectos da nossa cultura. Acabamos esquecendo que existem algumas celebrações brasileiras únicas do nosso povo - o que torna a cena de abertura do filme, a praia de Copacabana lotada de gente vestida de branco para a virada do ano, um cenário lindo e provavelmente inédito para o público internacional do filme.

Partindo do princípio de que Rio 2 é uma grande vitrine do país, as cenas musicais e principalmente a viagem da família de araras azuis do Rio para a Amazônia é visualmente deslumbrante. Eles passam por cidades como Ouro Preto, Brasília e Salvador antes de chegar ao destino final, sempre mostrando detalhes e pontos turísticos dos lugares.

A grande adição de números musicais também é uma boa forma de expor e introduzir mais ritmos e danças típicas brasileiras. Carlinhos Brown e Sérgio Mendes agradam aos ouvidos não só com as melodias criadas, mas também com as cuidadosas adaptações ao inglês das canções criadas primeiramente em português.

O que invariavelmente desaponta em Rio 2 é o roteiro. Parece haver uma urgência em conseguir fazer caber muitas mensagens em pouco mais de uma hora e meia de filme. Ao tentar salvar a família de Blu, a floresta e as araras azuis, o longa tem pressa em continuar seguindo com a trama e não nos deixa sentir qualquer dos problemas a fundo. Nada parece real quando nem os próprios personagens dão a atenção necessária aos fatos.

Mesmo com belas construções cenográficas, a trama é tão fraca e desesperada que o longa se torna apenas uma grande propaganda turística do Brasil - o ápice do comercial sendo uma partida de futebol entre araras, pouco tempo antes do início da Copa do Mundo. Rio 2 poderia ter sido mais seguro de si e apostado apenas no desmatamento da floresta que teria dado tudo certo.

Nota do Crítico
Regular