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Relatos Selvagens | Crítica

Mil formas de morrer

16.10.2014, às 12H21.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Como nos filmes da série Premonição ou numa maratona de um daqueles programas de TV sobre formas esdrúxulas de morrer, o espectador assiste a Relatos Selvagens (Relatos Salvajes, 2014), comédia de humor negro escrita e dirigida por Damián Szifron em forma de antologia, com aquela ansiedade de antecipar como os personagens da vez vão terminar.

São seis histórias sobre perda de controle, motivada em sua maioria pela brutalidade do dia a dia. Passageiros de um avião, uma lanchonete de beira de estrada, motoristas numa estrada, um pai de família azarado, uma noite de casamento e uma negociação dramática são os cenários, personagens e situações escolhidos por Szifron para fazer jorrar algum sangue e, eventualmente, tecer comentários sobre o estado das coisas.

relatos selvagens

Criado na televisão argentina, onde trabalhou desde 2002 em séries policiais e cômicas (como Os Simuladores, retransmitida no Brasil), Szifron traz a Relatos Selvagens o modo descomplicado de narrar que aprendeu ao longo desses anos. Seu filme executa pequenas variações do mesmo tema, o clássico "um dia de fúria", sem grandes pretensões artísticas. É o tipo de filme-pipoca que junta escapismo com sadismo, e que tende a encontrar no espectador, pela própria escolha do seu tema, um parceiro para compartilhar sua sessão de descarrego.

E Relatos Selvagens não economiza na hora de extravasar. As histórias dos motoristas na estrada e da festa de casamento são as melhores justamente porque o diretor testa, o tempo todo, os limites cômicos do sadismo. Perceber que o humor negro é incontornável num filme como esse é o trunfo de Szifron, e nem daria para ser muito diferente.

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