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Crítica

Refém da Paixão | Crítica

Novo filme de Jason Reitman surpreende ao manipular expectativas de gênero

12.03.2014, às 19H06.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Refém da Paixão (Labor Day, 2013), de Jason Reitman, desafia expectativas desde o princípio. O filme emprega tensão consistente e os pré-conceitos criados no público em décadas de filmes com a mesma estrutura e reviravoltas para criar algo novo.

A trama apresenta uma família dividida por um divórcio. Mãe e filho vivem sozinhos. O garoto vê o pai e sua nova família aos domingos e se sente responsável por cuidar da mãe. É 1987 e a cultura pop é costurada no cenário, já que o menino, nos primeiros anos da adolescência, gosta de quadrinhos e ficção científica. O Império Contra-Ataca e Contatos Imediatos do Terceiro Grau, filmes que em sua essência são sobre escolhas e famílias desfeitas, podem ser vistos ao fundo.

refém da paixão

A vida da mãe e do filho, vividos por Kate Winslet e Gattlin Griffith, é abalada, porém, quando em uma manhã de verão são abordados dentro de um supermercado por um fugitivo da prisão, interpretado por Josh Brolin, e são forçados a levá-lo para casa. Reféns da situação, os dois não têm outra opção a não ser cooperar.

O filmes esconde muitas surpresas, porém, aprofundando aos poucos os personagens e explorando com competência suas motivações, que moldam o desenrolar da trama, que de certa forma lembra o clássico de Dickens Grandes Esperanças. A construção do suspense é tão eficaz quanto sua desconstrução - e Reitman faz um excelente trabalho com os atores, que desaparecem em seus papéis.

O clímax é excepcionalmente bem construído e intenso, mas as cenas finais parecem criadas para fazer ao espectador uma concessão. É um tanto decepcionante, dada a força das sequências anteriores, mas funciona graças à profundidade do desenvolvimento deles, dentro do escopo dos personagens.

Nota do Crítico
Ótimo