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Qualquer Gato Vira-Lata 2 | Crítica

Com trama clichê e sem graça, continuação não justifica o sucesso do primeiro longa

05.06.2015, às 18H40.

Já é costume no Brasil as comédias do cinema, mesmo as de pouca qualidade, ganharem uma sequência após fazerem sucesso nas bilheterias. Qualquer Gato Vira-Lata 2 é produto de um desses resultados após Qualquer Gato Vira-Lata ser visto por mais de um milhão de espectadores. E, assim como o primeiro longa, nos apresenta uma história sem graça, com piadas forçadas e atuações pouco convincentes.

Na trama, Tati (Cléo Pires) planeja uma viagem dos sonhos com o namorado Conrado (Malvino Salvador), que irá a Cancún para apresentar seu novo livro. Se aproveitando da situação, a jovem arma com a melhor amiga Paula (Letícia Novaes) para fazer um pedido de casamento que surpreenda o rapaz, transmitido em tempo real para todos os seus amigos no Brasil. No momento chave, Conrado pede para pensar, frustrando os "espectadores" e principalmente Tati. Marcelo (Dudu Azevedo), também assiste ao vídeo e parte rumo ao México para tentar reconquistar a ex-namorada.

O longa apresenta vários clichês característicos de uma comédia romântica convencional: um casal em crise, o amigo alívio cômico, a melhor amiga encalhada e a ex-namorada invejosa. Após ser cobaia de Conrado no primeiro filme para que o mesmo escrevesse seu livro, aqui Tati se use à Ângela (Rita Guedes), sua ex-mulher, para causar ciúmes no namorado e, de quebra, provar que as teorias do livro de Ângela são melhores que as de Conrado. Uma aproximação sem pé nem cabeça, que serve apenas para encher lacunas no fraco roteiro escrito de Paulo Cursino.

Um dos poucos acertos no longa é a inclusão da atriz mirim Mel Maia, que protagoniza as cenas mais cômicas da produção ao lado do malandro Marcelo. O jovem a usa como "filha de mentirinha" para tentar surpreender e reconquistar o coração de Tati. Como a história se passa em Cancún, também não faltam os tradicionais mariachi, que tentam, sem sucesso, causar algumas risadas no público em suas raras cenas.

No fim, a cena que mais chama a atenção do espectador é a reunião de Cléo com o pai, Fábio Jr. Os atores, que haviam se distanciado na vida real, protagonizam o único momento marcante do filme. Com tantos defeitos, Qualquer Gato Vira-Lata 2 é mais uma prova de que, nos cinemas, ótima bilheteria e história de qualidade não andam lado a lado.

Nota do Crítico
Ruim