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Projeto X - Uma Festa Fora de Controle | Crítica

Que balada é essa!?

15.03.2012, às 20H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

A esta altura você já deve conhecer muito bem o nome de Todd Phillips, que faturou mais de 1 bilhão de dólares nas bilheterias ao redor do mundo com os dois filmes da franquia Se Beber, Não Case (Hangover). E é ele que, por meio de sua produtora Green Hat Films, rompe novamente as regras do que é socialmente aceitável e lança Projeto X (Project X, 2012).

Projeto X

Projeto X

Projeto X

O filme conta a história de três adolescentes que fazem parte da "turma invisível" da sua escola, mas que, no aniversário de um deles, resolvem aproveitar que a casa estará vazia e fazer uma festa inesquecível. E - sem medo de spoilers, posso dizer - conseguem!

Apesar de utilizar mais uma vez o estilo de filmagem encontrada (found footage) popularizado em A Bruxa de Blair, Projeto X consegue escapar das armadilhas da fórmula apresentada pelo gênero, ao focar basicamente na tal festa adolescente que foge - e muito!! - do controle, e acaba virando notícia nacional. A câmera na mão pilotada por um colega do trio protagonista faz todo o sentido aqui e te coloca no lugar em que você mais gostaria de estar, no meio da festa, dançando com muita gente bonita, tomando tudo o que aparece na frente e aproveitando ao máximo cada segundo. Somam-se à câmera principal trechos captados por iPhones, Blackberries e Flips que a produção forneceu aos atores e figurantes durante as 25 noites em que a balada durou, em Los Angeles.

Já dá para imaginar que deve ter muito crítico por aí torcendo o nariz. Dou até um pouco de razão, primeiro porque as primeiras notícias que apareceram sobre o filme diziam que ele era uma comédia - o que ele não é. Mas a verdade é que este filme não é para eles, pessoas que gostam de cinema de arte, de preferênica com takes longuíssimos em que só se ouve o barulho do vento batendo no microfone. Projeto X foi feito para a geração YouTube, que vê o mundo em cortes rápidos, através das telinhas das filmadoras digitais barateadas, dos celulares que captam todas as cenas do cotidiano, enfim, do vídeo democratizado. Se você não vestir a jaqueta da Geração Y, jamais vai entender ou curtir o filme.

Apesar de curto - apenas 87 minutos - o ritmo estroboscópico do longa faz parecer que ele é muito maior do que realmente é. Até aí, tudo bem. O problema é que o roteiro do promissor Michael Bacall (Scott Pilgrim, Anjos da Lei) não consegue manter o ritmo ou dar um desfecho que combine com o que havia sido mostrado até então. Ao trazer de volta um personagem que havia aparecido lá atrás, a história vira outra coisa e a festa apenas termina.

Resumindo, Projeto X é um Negócio Arriscado batido com um Superbad - É Hoje, mas sem a parte cômica de um McLovin' ou o sexo no trem. De resto, estão lá a vontade de ser popular, o anseio de finalmente pegar alguém, a dificuldade de conseguir bebida, o carrão intocável do pai e até o final em que o festeiro se dá bem na vida.

Como pai, eu acho que o filme realmente é uma afronta à sociedade. Mas o adolescente que ainda vive dentro de mim curtiu muito a balada.

Nota do Crítico
Bom