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Crítica

Professor Marston & the Wonder Women | Crítica

Longa garante diversão, mas falta de profundidade e de "laço da verdade" o deixa longe de ser memorável

09.09.2017, às 21H30.
Atualizada em 10.09.2017, ÀS 16H40

A criação da maior defensora da verdade na cultura pop é cheia de segredos. Fruto da mente de William Moulton Marston, a história de Mulher-Maravilha tem origem na admiração do seu criador pelo sexo feminino e no seu relacionamento nada convencional com duas mulheres extraordinárias. Em Professor Marston & the Wonder Women, Angela Robinson usa esses segredos para contar uma história interessante e divertida, ainda que longe de ser fiel aos fatos.

Marston (Luke Evans, que em nada lembra fisicamente o homem que interpreta) começa a sua história durante a crise da sua heroína. Na frente de uma comissão de censura, ele explica seus métodos, a sua teoria sobre as emoções humanas e defende com entusiasmo a “perversão” que colocava nas páginas das HQs. O foco do longa, porém, não é a Princesa Amazona ou o seu impacto social. Robinson está mais interessada da relação de poliamor entre Marston, Elizabeth (Rebecca Hall) e Olive Byrne (Bella Heathcote).

É uma versão romantizada e simplificada dessa relação à três, mas o charme dos seus atores e o humor do roteiro garantem que a atenção seja mantida nos seus 108 minutos. Como Elizabeth explica, com Marston as coisas nunca ficavam entediantes e o filme garante que todas as facetas notáveis da sua história sejam abordadas - a criação do detector de mentiras, a sua descoberta do sadomasoquismo, do bondage e as suas ideias sobre submissão.

As dificuldades encontradas pela relação dos três são abordadas, mas nunca ficam no caminho da aura leve do longa, o que evita também que qualquer outro elemento narrativo seja aprofundado. Se garante entretenimento com essa descomplicação, Professor Marston & the Wonder Women também evita se tornar memorável. Sua história é tão importante e excepcional e é certamente digna de ser contada, só não faria mal alguns instantes sob o laço da verdade.

Nota do Crítico
Bom