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Plano de Fuga | Crítica

Mel Gibson roteiriza, produz e estrela seu novo filme de ação - e continua mandando bem!

17.05.2012, às 20H53.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H39

Ainda no começo deste ano foi divulgado que Plano de Fuga (Get The Gringo, 2011), novo filme roteirizado, produzido e estrelado por Mel Gibson seria lançado nos Estados Unidos direto em Video on Demand (sistema de pay per view que deixa os espectadores pagarem para ver o filme em casa, quando quiserem), pulando assim uma estreia nos cinemas. Tal atitude pode ser facilmente entendida pela atual ruptura do ator/cineasta com Hollywood, depois de andar bebendo demais, ter arranjado problemas com a ex-esposa e, principalmente, ter desfilado um anti-semitismo justamente na terra que é controlada - em grande parte - por judeus. O boicote já havia prejudicado sua participação em Se Beber, Não Case! Parte II (The Hangover Part II) e parece longe de acabar. Enquanto isso, ele vai fazendo seus filmes independentes.

Plano de Fuga

Plano de Fuga

Plano de Fuga

Plano de Fuga

Plano de Fuga é tudo isso e ainda uma auto-prova de que ele ainda aguenta estrelar um filme de ação, correndo, atirando e mantendo a pose aos 56 anos. O projeto foi rodado majoritariamente na mesma cidade de Veracruz, no México, onde ele filmou Apocalypto e o diretor estreante é o argentino radicado no México Adrian Grunberg, que foi primeiro assistente de direção de Gibson no épico maia. A falta de experiência aparece em alguns momentos, mas não compromete.

O filme começa com uma perseguição de carros na fronteira entre Estados Unidos e México. Após ser preso, o protagonista é logo levado para a cidade-presídio de "El Pueblito". O local, ele vai descobrir, é comandado por uma família de bandidos locais, que dá ordens até mesmo no diretor do presídio e tem por ali tratamento de rei. O comércio local é liberado e o pagamento não se restringe apenas a cigarros. Após usar suas artimanhas para conseguir os primeiros trocados, que lhe renderão um certo conforto, Driver (Gibson) é abordado por um menino de 10 anos e vai aprendendo com ele mais sobre o local e seus costumes.

O roteiro - com final bastante previsível, mas um bom desenvolvimento - mostra tudo o que há de mais politicamente incorreto. É boca suja, todos os mexicanos são corruptos e corruptíveis, o local é um grande lixão superpovoado e o menino faz de tudo para conseguir saciar seu vício com a nicotina. Este cenário, que poderia perfeitamente ser mostrado em um filme ambientado no Brasil, é tão ou mais interessante que os próprios personagens - principalmente os secundários, que são completamente bidimensionais.

Além de toda a ação e a parte detetivesca de descobrir por que ele está ali, o que ele roubou e de quem, e como fará para sair daquela, o filme também se utiliza bastante do humor. Um humor diferente, que não tem medo de arriscar para arrancar um sorriso do rosto do espectador, e até a gag física, do tapa na cara do palhaço - literalmente.

Ainda no cenário mexicano, Mel Gibson vai em breve estrelar como o vilão de Machete Kills. Resta saber quando é que Stallone o chamará para entrar para a trupe dos seus Mercenários. Em Plano de Fuga ele prova mais uma vez que ainda é um ótimo astro de ação e mantém a sua cara e jeito de louco desde os tempos de Máquina Mortífera.

Nota do Crítico
Bom