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Piratas do Caribe 4: Navegando em Águas Misteriosas | Crítica

Filme não inventa e exatamente por isso deve agradar aos fãs

19.05.2011, às 17H08.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H21

Para os piratas não há dinheiro suficiente no mundo que os faça deixar de lado a ganância pelo próximo tesouro. Para os executivos de Hollywood também não. E assim embarcamos todos juntos em mais uma aventura ao lado do incontrolável, incansável e irrefreável Capitão Jack Sparrow (Johnny Depp), mesmo depois de toda a tempestade sem sentido enfrentada na viagem ao Fim do Mundo.

Piratas do Caribe 4

Piratas do Caribe 4

Piratas do Caribe 4

O objetivo agora é a mítica Fonte da Juventude, cujo mapa está em posse de Jack Sparrow, que por sua vez está preso nos calabouços do Rei George II (Richard Griffiths), em Londres. Toda a sequência inicial ambientada na capital inglesa é bem elaborada, divertida, cheia de ação e muito bem coreografada por Rob Marshall (Chicago, Nine), o novo diretor da franquia. O plano de fuga improvisadamente arquitetado por Jack serve para relembrar o público da genialidade que seu estilo sempre-bêbado esconde.

O próximo passo é descobrir quem é que está se fazendo passar por Jack Sparrow e espalhando o boato de que o pirata está recrutando marujos para voltar a navegar. Afinal, nem barco ele tem mais. É lá no escuro bar no cais londrino que Jack vai encontrar mais ação para a sua espada e, finalmente, um pouco de romance encarnado na bela Angelica (Penelope Cruz). A relação entre os dois é antiga, cheia de amor e ódio, e será brevemente esclarecida ao longo do filme. O que Jack não sabia é que a garota é filha do temido Barba Negra (Ian McShane), que surge pela primeira vez em cena de forma majestosa e imponente, a ponto de fazer o mais carismático dos piratas da Disney se encolher no convés.

Outra coisa que Jack desconhecia é que para fazer o mapa valer a pena, não basta saber onde fica a tal fonte encontrada por Ponce de Leon. É preciso saber também como fazê-la funcionar. Para isso, os piratas vão precisar de uma sereia, dois cálices e muita agilidade para despistar os soldados das coroas inglesa e espanhola, que também estão atrás da mesma coisa, cada um com um objetivo diferente em mente.

Na tentativa de evitar as confusões do terceiro Piratas do Caribe, cada um dos detalhes desta nova trama digna de Indiana Jones é explicado nos seus pormenores, de forma mais didática que os planos dos inimigos do Scooby-Doo. Assim ficamos sabendo que Barba Negra e Angelica querem chegar lá para enganar a morte; Barbossa (Geoffrey Rush) quer vingança contra aquele que o deixou perneta; e os espanhois e ingleses travam uma desimportante rixa religiosa que nada acrescenta à trama e poderia ter ficado de fora sem prejuízo algum.

Para não perder também a possibilidade de um romancezinho na história, agora que Elizabeth (Keira Knightley) e Will (Orlando Bloom) se acertaram, são colocados em cena o religioso Philip (Sam Claflin) e a sereia Syrena (Astrid Bergés-Frisbey). A presença dos dois é muito mais ornamental do que a do casal anterior, que fazia a trama andar. Aqui, mais do que nunca, o protagonista é mesmo Jack Sparrow, que diga-se, fica ótimo no 3D (principalmente no 3D Imax). Os grandes cenários das florestas e as cenas aquáticas funcionam muito bem para dar a profundidade tridimensional e as espadas e outras coisas que vão na direção da tela fazem o resto.

Sabendo que o terceiro filme da franquia ficou muito aquém dos dois primeiros, o produtor Jerry Bruckheimer (agora órfão do diretor Gore Verbinski que o acompanhou em toda a primeira trilogia) resolveu apostar no certo, sem colocar em risco suas moedas de ouro. Assim, o quarto filme da série Piratas do Caribe dá voltas, sobe, desce, pula de penhascos, brinca bem de leve com o sobrenatural e faz gracinhas, mas acaba no mesmo lugar. Os fãs certamente vão gostar de tomar mais um porre de rum ao lado de Jack Sparrow, já esperando no cinema o quinto capítulo, que a cena pós-créditos deixa claro que virá. Afinal, o mapa do tesouro já está desenhado e o X (em 3D!) está na sua carteira.

Nota do Crítico
Bom