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Os Seus, os Meus e os Nossos | Crítica

Os Seus, os Meus e os Nossos

M"
09.03.2006, às 00H00.
Atualizada em 01.11.2016, ÀS 12H05

Os Seus, os Meus e os Nossos
Yours, Mine and Ours
EUA, 2005
Comédia - 90 min

Direção: Raja Gosnell
Roteiro: Ron Burch e David Kidd

Elenco: Dennis Quaid, Rene Russo, Sean Faris, Katija Pevec, Dean Collins, Tyler Patrick Jones, Haley Ramm, Brecken Palmer, Ty Panitz, Danielle Panabaker, Drake Bell, Miki Ishikawa, Slade Pearce, Little JJ, Miranda Cosgrove, Andrew Vo, Jennifer Habib, Jessica Habib, Nicholas Roget-King

O tempo passa e parece que a criatividade dos roteiristas norte-americanos é disfarçada por modismos. Tivemos as continuações. Depois foi a vez das trilogias. Agora o mal são as refilmagens. Todo mês, pelo menos uma delas estréia no circuito comercial. A bola da vez é Os seus, os meus e os nossos (Yours, mine and ours, 2005), remake do filme homônimo de 1968, que recebeu duas indicações ao Globo de Ouro - Melhor Filme e Atriz (Lucille Ball) de comédia na época.

Frank Beardsley, um viúvo com oito filhos, encontra sua namoradinha de adolescência, Helen North. Ela, também viúva, mas com dez filhos, sente a mesma atração. Sem pestanejar, eles se casam sem contar para seus filhos. Infelizmente para Frank e Helen, as famílias não se dão tão bem quanto os recém-casados esperavam. Eles provavelmente deveriam ter pressentido o choque de culturas: os disciplinados Beardsleys fazem tudo seguindo as regras; para os energéticos e vivos Norths, não há regras. Infelizes, as crianças bolam um plano para acabar com o casamento.

Bem, a trama não mudou muito, mas a qualidade rolou ladeira abaixo. Na nova versão, os lendários Henry Fonda e Lucille Ball foram substituídos por Dennis Quaid e Rene Russo. Nada contra o casal contemporâneo, que já provou em outras produções ter talento, mas comparar com Fonda e Ball é covardia. Por isso, tudo que era divertido e inteligente foi substituído por piadas visuais. A todo instante Frank é atirado em recipientes com tintas e líquidos asquerosos de diversas cores para ficar bastante lambuzado e assim tentar arrancar algumas gargalhadas.

O roteiro sem vida e idiota da dupla Ron Burch e David Kidd aposta todas as suas fichas nesse tipo de humor fácil e rasteiro. Até porque nos anos 60 era realmente um tabu tentar juntar duas famílias enormes tão díspares. Hoje em dia, quando as pessoas se separam com a mesma facilidade que vão ao shopping, isso é bastante natural e a tentativa de se adaptar aos novos tempos restringiu-se só no objetivo dos filhos infernizarem a vida conjugal de seus pais. Erroneamente se esqueceram que o religioso controle militar de Frank em contrapartida ao estilo hippie de Helen poderia render piadas bem mais interessantes.

A produção não tem nenhuma seqüência criativa ou original. Falta oxigenação nos neurônios dos realizadores, que baseados na premissa "filme para toda a família no final de semana" só querem faturar mais uns trocados. Nem as crianças/atores conseguem conquistar o espectador. No final, o único ser inteligente dessa refilmagem é um porquinho roliço e mal-educado. Com certeza, somente ele mereceria cachê.

O filme é dirigido pelo "excelente" Raja Gosnell responsável pelos dois filmes do Scooby-Doo, Nunca fui beijada (1999), Esqueceram de mim 3 (1997) e a Vovó...zona (2000). Mas não entenda esse adjetivo como um elogio ao seu trabalho, mas sim ao seu poder de persuasão. Como é que ele consegue convencer os executivos de Hollywood a continuar deixando-o tocar projetos que envolvem milhões de dólares? O pior é que três grandes estúdios (Sony, Paramount e MGM) se uniram para conceber essa bobagem. O desespero criativo é coletivo.

Nota do Crítico

Regular
Mario "Fanaticc" Abbade

Os seus, Os meus e Os nossos

Yours, Mine and Ours

2005
10.03.2006
90 min
Comédia
País: EUA
Classificação: LIVRE
Direção: Melville Shavelson
Elenco: Lucille Ball, Henry Fonda, Van Johnson, Louise Troy, Sidney Miller