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Filmes
Crítica

Nem o ótimo elenco separa Os Roses da morte

Olivia Colman e Benedict Cumberbatch estrelam remake dos anos 1980

3 min de leitura
MF
30.08.2025, às 07H30.

Créditos da imagem: Searchlight Studios

Referência em filmes sobre batalhas dentro de casais, Sr. e Sra Smith (2005) mostrou um par de espiões que em determinado momento está atirando um contra o outro e, nesta dinâmica, descobre o amor. Os Roses: Até que a Morte os Separe (The Roses, 2025), por sua vez, tem um casal que em determinado momento está atirando coisas um contra o outro e, nesta dinâmica, descobre que o amor foi embora.

Quando o filme começa, parece que veremos mais uma daquelas deliciosas comédias românticas inglesas no melhor estilo da produtora Working Title. Benedict Cumberbatch interpreta Theo Rose, arquiteto casado com a chef Ivy Rose (Olivia Colman). Os dois se mudam para os Estados Unidos, têm dois filhos e vivem uma "vida Doriana", apesar de discordarem sobre a criação das crianças.

Então, no melhor estilo das comédias de troca de corpos à la Sexta-feira Muito Louca (2003), em uma tempestade, as vidas dos dois viram de ponta-cabeça. Um museu – até então bem-sucedido – projetado por Theo desaba, enquanto o restaurante comandado por Ivy recebe uma crítica positiva e deslancha. Eles não mudam de corpos, mas trocam de vida.

Inspirado no livro A Guerra dos Roses (1981), de Warren Adler, que já teve uma adaptação homônimo para o cinema em 1989, com Michael Douglas, Kathleen Turner e Danny DeVito, este remake tenta atualizar os temas, trazendo à tona a masculinidade frágil de Theo e um deslumbramento capitalista de Ivy, que acabam não funcionando. 

Searchlight Pictures

Toda esta introdução até que a guerra entre os dois se inicie leva tempo demais, deixando pouco espaço para a comédia em si, que vem no que deveria ser a parte “divertida” do filme: a destruição entre eles. 

E, para ser sincero, o filme não convence que há motivo para tanto. O casal continuava apaixonado (ou ao menos empenhado) o suficiente para fazer as coisas darem certo. Em suas discordâncias e falta de sintonia, comuns em qualquer relacionamento, eles sempre conseguiam achar motivos para continuarem juntos.

O problema não é falta de talento. Colman está ótima como sempre, engraçada e emotiva. Mesmo um pouco mais contido para quem já foi Sherlock e Doutor Estranho, Cumberbatch parece estar se divertindo bastante no papel. Talvez os coadjuvantes pudessem ser melhor aproveitados. Andy Samberg está apagado, enquanto a personagem de Kate McKinnon seria considerada esquisita até pela Weird Barbie.

Mas o problema maior mesmo é o tom. Afeito a comédias como Austin PowersEntrando Numa Fria, o diretor Jay Roach não equilibra o amor/ódio a ponto de deixar seu filme divertido para quem está assistindo. Sem um humor ácido para ajudar a engolir tudo, vemos apenas um lar desabando. Se for apenas para ver uma casa ser destruída, prefiro ligar a TV e ver Irmãos à Obra.

Nota do Crítico

Os Roses: Até que a Morte os Separe

The Roses

2025
98 min
País: EUA
Classificação: 16 anos
Direção: Jay Roach
Roteiro: Tony McNamara
Elenco: Kate McKinnon, Olivia Colman, Andy Samberg, Benedict Cumberbatch, Allison Janney