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Crítica

O Sétimo Filho | Crítica

Dois vencedores de Oscar em uma fantasia dispensável

11.03.2015, às 22H19.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H45

O Sétimo Filho não engana ninguém. Nem a si mesmo. Da ambientação aos efeitos especiais, essa fantasia adolescente quer buscar espaço em um gênero abarrotado de exemplares genéricos. Para essa tarefa são escalados dois atores de renome, Julianne Moore e Jeff Bridges, que ao lado de Ben Barnes tentam dar vida ao livro de Joseph Delaney. O peso da dupla vencedora do Oscar, porém, não é o suficiente para tirar o filme do grupo de obras esquecíveis.

Não há falhas técnicas evidentes como em Crepúsculo, pois o visual de O Sétimo Filho é digno e não distancia o espectador da fantasia sugerida. Todas as criaturas e os pequenos cenários pelos quais elas transitam são reconstruídos de maneira crível. Há certo valor de produção no longa. Por outro lado, não existe um roteiro fluido e de impacto como Jogos Vorazes, fazendo outra comparação de gênero semelhante. Aqui, os diálogos são tão previsíveis quanto infantis, como em Eragon, outra adaptação cinematográfica trágica.

Na história, John Gregory (Bridges) é um Caça-Feitiço, uma espécie de caçador de criaturas malignas, em busca de um aprendiz. Após anos falhando, sua última esperança é o jovem Thomas Ward (Barnes), o sétimo filho de um sétimo filho, que logo na primeira missão precisa enfrentar a Mãe Malkin (Moore), uma das bruxas mais poderosas da região protegida por Gregory. Ela é capaz de se transformar em um dragão gigante, além de comandar uma série de criaturas nas redondezas.

O que deveria diferenciar O Sétimo Filho dos demais é o seu ponto fraco principal. Moore e Bridges atuam além do modo automático. É verdade que os diálogos não ajudam, pois sempre descambam para as infâmia ou canastrice. Ainda assim, nada justifica os exageros performáticos de Jeff Bridges, que com caras e bocas transforma Gregory em um mentor inverossímil e preguiçoso. A vencedora do Oscar 2015 até procura embutir classe e temor aos passos de Malkin, mas não foge das risadas em eco e olhares apertados dos clássicos vilões de terceira categoria em mundos fantásticos.

Enquanto os estúdios apostarem em fantasias juvenis sem investir em roteiros bem adaptados, não existirão atores que salvem tais produções. O trabalho feito em O Sétimo Filho é um exemplo do quão negativo pode ser uma empreitada como essa, pois nem sequer cria vontade de conhecer o material original.

Nota do Crítico
Ruim