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Crítica

Zoolander | Crítica

O Rei da Comídia

18.01.2002, às 01H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

Efetivamente, o ator e diretor Ben Stiller manda e desmanda na atual comédia norte-americana. Seja no humor inteligente de "Tenha Fé" ("Keeping the Faith", de Edward Norton, 2000) e "Entrando numa Fria" ("Meet the Parents", de Jay Roach, 2000) ou no nonsense rasgado de "Quem Vai Ficar com Mary?" ("Theres Something About Mary", de Bobby e Peter Farrelly, 1998), Stiller fatura prestígio e altas bilheterias. Em "Zoolander" (2001), o seu sucesso mais recente, ele produz, escreve, dirige, atua e ainda escala pais, esposa e amigos para o elenco.

Baseado num personagem de televisão criado por Stiller em 1996, "Zoolander" faz parte da segunda categoria, os filmes destinados ao besteirol descarrilhado e desgovernado. Derek Zoolander (Stiller), modelo masculino, faz anos acumula o posto de mais bonito do mundo da moda. Seu reinado, entretanto, fica ameaçado com o surgimento de um adversário, Hansel (o hilário Owen Wilson, ótimo como o coadjuvante "escada"). As mudanças atordoam Zoolander, que começa a questionar a subserviência dos modelos e a falsidade da indústria. Com a ajuda da jornalista Matilda Jeffries (Christine Taylor, esposa de Stiller), Zoolander desafia o seu agente, Maury Ballstein (Jerry Stiller, o pai, comediante experiente) e os costureiros mais poderosos, como o excêntrico Mugatu (Will Ferrell).

A crítica ao mundo da moda se faz presente, mas o que importa na história são os detalhes, as tiradas que marcam o talento de Stiller. Uma trilha sonora inspirada, cheia de hits dos anos 80 (de Michael Jackson a Wham!), se junta ao exército de estrelas em pequenas participações, como David Duchovny e Bowie, só pra ficar na quarta letra do alfabeto. Aliás, Duchovny faz o seu melhor papel no cinema, num momento antológico. Claro, sob o aspecto narrativo, algumas falhas são perceptíveis, como a queda durante o clímax, depois de um desenvolvimento exemplar. Mas nada que comprometa, principalmente quando as piadas isoladas divertem bem e uma simples careta de Stiller garante todo o espetáculo.

Nota do Crítico
Ótimo