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Crítica

O Protetor | Crítica

Denzel Washington vira super-herói urbano em reunião com Antoine Fuqua

17.10.2014, às 14H03.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

Há 13 anos, Antoine Fuqua e Denzel Washington colaboraram no intenso e inovador Dia de Treinamento, policial que rendeu um Oscar ao ator. Em O Protetor (The Equalizer), a dupla enfim reúne-se. Mas o resultado mira muito abaixo de sua estreia juntos.

the equalizer

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No filme de ação, Washington vive Bob, um sujeito aparentemente comum, conhecido pelos seus colegas pela bondade e disposição em ajudar. Insone, ele frequenta todas as madrugadas uma lanchonete local, onde acaba ficando amigo de una prostituta (Chloë Grace Moretz, que pouco aparece). Quando a garota leva uma surra de seus cafetões, Bob volta a usar habilidades do passado, iniciando uma verdadeira guerra contra o crime organizado.

A história é extremamente superficial, sem qualquer interesse verdadeiro nos personagens, meras ferramentas para que o diretor cumpra com seus desejos estéticos e encadeie algumas cenas empolgantes. Algo curioso, já que o ritmo do filme é bastante lento, o que daria todo tempo a eles. Incomoda também como a ação demora a acontecer - e mesmo quando começa é esparsa.

O que Fuqua obtém de verdade em O Protetor é uma fetichizacão da figura de Washington. O ator é filmado na chuva, em câmera lenta, nas sombras, na clássica pose "caras fodões não olham para explosões", em close-ups extremos e nunca correndo... A impressão é que o diretor quis criar para o estúdio seu próprio super-herói urbano, uma mistura de Batman com Jason (o maníaco & o Bourne), roubando no caminho algumas das idéias de Guy Ritchie em Sherlock Holmes e dos sucessos recentes de vigilantismo de Liam Neeson. Isso fica ainda mais evidente com as notícias de que uma sequência foi encomendada meses antes do lançamento do primeiro O Protetor.

De qualquer maneira, há bons momentos no filme, que se entrega à violência, bastante gráfica em algumas cenas, como a do saca-rolha. É divertido ver Washington à vontade, chutando traseiros. Mas seria muito melhor se o filme tivesse estofo entre esses esparsos momentos de entretenimento. Os envolvidos tinham talento de sobra para fazer isso acontecer, mas o ensejo de franquia falou claramente mais alto.

Nota do Crítico
Regular