O objetivo de um trailer é "vender" o filme, instigar as pessoas a saírem de suas casas e irem ao cinema. Se por um lado temos os trailers que contam mais do que deveriam, por outro há também os que escondem fatos importantes da trama, dando ao espectador a oportunidade de ser surpreendido. O Poderoso Chefinho (The Boss Baby, 2017) entra para este último e cada vez mais raro grupo - com uma característica a mais: a de simplesmente não conseguir despertar o menor interesse de um adulto em se aventurar no cinema se não for para agradar aos pequenos.
Com esta missão em mente, fomos conhecer a história de Tim, filho único que adora passar os dias com os pais e dorme todas as noites logo após algumas histórias, abraços e sua música especial. Seu reinado acaba quando chega à sua casa seu maior inimigo: um adorável bebê que ele vai ter que chamar de irmãozinho.
O que descobrimos desde o início é que o pequeno recém-nascido fala e age como um adulto (menos na frente de outros adultos). Há um motivo para este comportamento incomum para um bebê e tudo será explicado. E talvez este seja um dos problemas do filme: achar uma explicação para uma ideia tão ruim que havia sido usada pela última vez em O Pequenino (Little Man)!
Não seria mais legal simplesmente utilizar a enorme imaginação de Tim, como se ele estivesse partindo para a maior aventura de sua vida, contra o maior vilão de todos - tudo isso apenas na sua mente cheia de ciúmes pela chegada do irmão?
Triste, pois o elenco de vozes originais é divertido e vai de Alec Baldwin, Steve Buscemi, Lisa Kudrow e Jimmy Kimmel a Tobey Maguire, que fica com o papel do narrador no som original.
O fato do filme ser lançado depois de Cegonhas, também não ajuda muito. Há mais semelhanças entre os projetos do que os produtores certamente gostariam - e com ele um gostinho de déjà vu - azedinho como gorfo de bebê.