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O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida | Crítica

Animação ensina lição às crianças sem ser chato

29.03.2012, às 19H25.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H43

As histórias do Dr. Seuss, famosíssimas nos países de língua inglesa, encontram pouco público aqui no Brasil, apesar da temática universal e ainda bastante atual. Depois de O Grinch (2000), O Gato (2003) e Horton e o Mundo dos Quem (2008), chega agora a nova adaptação de seus livros para o cinema, desta vez pelas mãos do estúdio que lançou recentemente Meu Malvado Favorito e Hop, a Illumination Entertainment. Novamente temos um longa-metragem totalmente feito por computação gráfica e, pela primeira vez, em 3D estereoscópico, o que faz todo o sentido para os cenários coloridos e fantásticos criados pelo estadunidense Theodor Seuss Geisel (1904 - 1991).

O Lorax

O Lorax

O Lorax

Apesar do título do filme, o personagem principal da nova animação não é o Lorax (voz original de Danny DeVitto). Aliás, dá até para dizer que também não são o Ted (Zac Efron), muito menos o Umavez-ildo (Ed Helms). O principal da trama é mesmo a mensagem, que fala sobre a vontade de se dar bem e as consequências que esta ambição pode ter na vida de uma pessoa e no mundo em que ela vive. Mais um alerta voltado às crianças sobre os riscos que o progresso traz à natureza e ao próprio futuro.

Neste caso, temos o jovem Ted, apaixonado por Audrey (Taylor Swift) e que não medirá esforços para conquistá-lá. Mesmo que para isso tenha que sair de Sneedville - a cidade artificialmente perfeitinha onde mora - para achar a última trúfula, uma árvore de aparência colorida e de textura incrivelmente macia. O local onde vive é cercado por enormes paredes, que separam o colorido industrial da natureza monocromática que sobrou do lado de fora.

A cidade murada lembra o espaço onde vive Jim Carrey em O Show de Truman (1998), enquanto a necessidade de consumir ar puro enlatado certamente deve ter inspirado Mel Brooks em seu S.O.S. Tem Um Louco Solto no Espaço (1987). Nada disso está no texto original, mas ajuda a dar mais força à história que será contada ao exagerar ainda mais os problemas que vêm com a artificialização do mundo.

O Lorax mesmo só vai aparecer quando Ted e Umavez-ildo finalmente se encontram e o segundo começa a contar sua história pregressa, dos dias em que chegou ao Vale da Trúfula, onde viviam peixes cantores, cisnes cismados e barbalutes, exemplo de fofura em formato de urso. Ao cortar a primeira árvore de trúfula para produzir um "sneed" (que tem mais utilidades que o Bombril), surge do toco o Lorax, um defensor da natureza. O ser laranja e bigodudo tenta avisá-lo com palavras - e depois com ações - os problemas que aquele ato vai causar, mas o ganancioso Umavez-ildo só quer saber de produzir mais e mais sneeds e vai derrubando as árvores uma a uma.

A batalha travada entre os dois é intensa e pode até lembrar os desenhos do Pernalonga no seu início, mas seu desfecho é bem mais sério, passando às crianças a seriedade que a situação pede sem ser chato. Enquanto os livros de Dr. Seuss não caem nas graças dos brasileiros, pelo menos temos a chance de ver suas histórias em ótimas animações que fazem jus às suas criações e belas parábolas. Depois de Horton e Lorax, qual será o próximo?

Nota do Crítico
Bom