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November Man - Um Espião Nunca Morre | Crítica

Pierce Brosnan volta à espionagem sem o glamour de James Bond

06.11.2014, às 19H01.
Atualizada em 02.11.2016, ÀS 02H04

Já que a comparação com James Bond é inevitável, vamos fazê-la logo no início da crítica: é impossível não pensar no espião mais famoso do cinema ao olhar qualquer coisa relacionada a November Man - Um Espião Nunca Morre (November Man, 2014), longa de espionagem que conta com um ex-Bond como protagonista (Pierce Brosnan) e também uma ex-bond girl (Olga Kurylenko).

November Man

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Peter Devereaux, o espião aposentado que Brosnan interpreta no longa, não tem um décimo da classe de Bond - talvez, em uma tentativa de distanciá-lo ao máximo do papel. A trama, adaptada do livro There Are no Spies, de Bill Granger, acompanha o ex-agente da CIA, que volta à ativa para resgatar a colega Natalia (Mediha Musliovic) de uma conspiração envolvendo o militar e presidenciável russo Arkady Federov (Lazar Ristovski). A missão dá errado e, com sede de vingança, ele se volta à agência para a qual trabalhou por tanto tempo.

Do lado da CIA, o agente mais preparado é seu ex-aprendiz, Mason (Luke Bracey), que dedica o filme a caçar Devereaux enquanto ele tenta descobrir o passado de Federov, no qual está envolvida Alice (Kurylenko) que, obviamente, também acaba envolvida na ação. Até dos games o longa tira uma casquinha: a relação de professor-aluno entre Devereaux e Mason, ressaltada em todas as cenas nos quais os dois estão juntos, remete imediatamente à de Naked Snake e The Boss em Metal Gear Solid.

Apesar de Bond ser a referência mais óbvia, o filme é quase um catadão do gênero de espionagem, pegando cenas, estereótipos e reviravoltas usadas à exaustão. Temos a grande agência de espionagem perseguindo um ex-agente; o chefe de operações (Lazar Ristovski) que tem um passado pessoal com Devereaux; uma personagem (Eliza Taylor) que só está lá para dar em cima de Mason - com direito a cena de sexo gratuita; entre outros clichês.

Nas cenas de ação, o longa dispensa os aparatos tecnológicos do MI-6 tenta se inspirar mais nas sequências de ação da trilogia Bourne, com muitas perseguições e cenas na rua, mas falha de forma miserável e previsível, já que Brosnan não tem a capacidade física necessária para lutas tão intensas.

O excesso de comparações com Bond e Bourne é válido porque, no fundo, é o principal atrativo do filme. O roteiro é fraco e todas as reviravoltas são todas previsíveis, a ponto de você saber exatamente quando um personagem ou outro vai trocar de lado na história. November Man é a definição do filme de espionagem genérico.