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Crítica

Namoro ou Liberdade | Crítica

Uma comédia romântica sobre "bros" e para "bros"

20.03.2014, às 00H32.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 15H16

A máxima “bros before hoes” (algo como “os manos antes das minas”) já regia as relações de honra entre os homens muito antes de Barney Stinson, o personagem de Neil Patrick Harris em How I Met Your Mother, cimentar o Bro Code na cultura pop. Foi nesse princípio absoluto da lealdade masculina que o diretor e roteirista Tom Gormican encontrou o tema do seu filme de estreia, Namoro ou Liberdade.

Namoro ou Liberdade

Para apoiar Mikey (Michael B. Jordan), o amigo recém-divorciado, Jason (Zac Efron) e Daniel (Miles Teller) fazem um pacto (ou uma aposta, o roteiro não parece saber ao certo): não entrar em um relacionamento sério. O destino intervém e os dois “bros” de Mikey precisam lutar contra o amor e as mulheres que querem prendê-los em relacionamentos monogâmicos.

Considerado machista por alguns críticos, o filme é, na verdade, uma tradução da visão imatura que alguns homens têm do sexo oposto: mulheres gostam de sapatos, querem casar e ter filhos. Quando tenta fugir dos estereótipos, transforma suas personagens femininas em reflexos das personalidades dos seus pretendentes. Ellie (Imogen Poots) e Chelsea (Mackenzie Davis) são apaixonantes para Jason e Daniel pois apresentam traços tidos como masculinos, concluindo que a mulher ideal também seria um “bro”. A amizade em um relacionamento amoroso - hetero ou gay - é essencial, claro, e a falta de cumplicidade até chega a ser apontada pelo casal separado da trama. O longa, porém, apresenta um conceito tão ingênuo de namoro, que essa ideia nem chega a ser aprofundada.

Nem mesmo a relação entre o trio de amigos é bem resolvida. Apesar de leais, dispostos a trair emocionalmente seus interesses amorosos para não quebrar seu código de conduta, a amizade entre eles se constrói em piadas sobre a própria genitália e cocô. O grande ato de solidariedade dos dois é levar o amigo separado para uma balada qualquer e deixá-lo sozinho enquanto trabalham nas suas devidas conquistas da noite. Concluir que isso se deve ao fato de  o público-alvo do longa ser formado por homens entre 20 e 30 anos é cair em outros estereótipos de gênero.

Quando, no terceiro ato, Gormican decide abordar o amadurecimento dos seus protagonistas, é tarde demais. A falta de densidade dos dois primeiros terços de Namoro ou Liberdade torna tudo muito brusco e sua história descamba para uma resolução banal de comédia romântica, com direito a discursos públicos irreais e esperas ansiosas. De positivo, tem-se apenas a boa dinâmica entre Michael B. Jordan e Miles Teller, os futuros Tocha Humana e Senhor Fantástico do cinema. Ouem sabe esse poder dos “bros” apareça em Quarteto Fantástico.

Namoro ou Liberdade | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular