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Meu Malvado Favorito 2 | Crítica

Minions viram muleta em continuação que não consegue se diferenciar

17.10.2014, às 11H42.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Em meados de 2010, o estúdio de animação Ilumination Entertainment chegou a Hollywood com a ótima animação Meu Malvado Favorito (Despicable Me). Era um divertido e bem produzido cartão de visitas que mostrava que a nova empresa não estava chegando a um dos mercados mais competitivos do mundo apenas para fazer número. Já dava para ver no longa um bom conhecimento do cinema como negócio e do público que eles queriam atingir: toda a família.

meu malvado favorito 2

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Três anos se passaram e agora Gru (voz de Steve Carell em inglês e Leandro Hassum em português) está de volta em Meu Malvado Favorito 2 (Despicable Me 2). Se a primeira animação mostrava o malvado entrando em contato com um lado seu que ele nem sabia que existia, na sequência Gru já deixou de ser o maior vilão do mundo, e agora passa seu tempo cuidando de suas três filhas adotivas e tentando chegar, com a ajuda do seu exército de diminutas criaturas amarelas, à formula da geleia de frutas perfeita.

O grande elemento de novidade da trama é a dificuldade de Gru em arranjar um par romântico. Então, quando surge um novo vilão, que fez a Liga Anti-Vilões procurar - ou melhor, sequestrar - Gru atrás de ajuda, além dessa ameaça o protagonista ainda precisa lidar com as questões do coração.

Os roteiristas Ken Daurio e Cinco Paul tentam emular o mundo das tramas de espionagem, com direito a carros anfíbios à la 007, sedes tão secretas quanto modernas, um supervilão exótico e exagerado (que faz piada com a virilidade latina) e o roubo de uma fórmula secreta, que transforma a mais doce das criaturas em uma máquina de matar.

Embora essas modificações venham para dar algum tempero novo à continuação, Meu Malvado Favorito 2 não tem o suficiente para superar o primeiro filme. A criação dos personagens e seu universo ainda é melhor do que este segundo passo. Acaba sobrando para os pobres Minions, os carismáticos bichinhos amarelos que roubaram a cena no primeiro longa-metragem e viram uma muleta para fazer graça no segundo, com direito a muitos números musicais - incluindo uma referência a Carmen Miranda.

Se no primeiro filme os realizadores mostraram que conheciam a fórmula do sucesso de Hollywood, Meu Malvado Favorito 2 é a prova de que receitas funcionam, mas apostar insistentemente no que deu certo antes pode tornar o produto final bastante repetitivo. É, como dizem, mais do mesmo. E o que nós devemos querer sempre são as soluções inovadoras. Era o que a Pixar fazia antes e o que a Ilumination prometia buscar no começo, lá em 2010.

Agora, espera-se para 2014 um longa-metragem derivado de Meu Malvado Favorito, só com os Minions. Vamos ver até onde essa fórmula pode chegar.

Meu Malvado Favorito 2 | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom