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Crítica

Lágrimas do Sol | Crítica

Típico exemplo de produção da Era Bush

16.10.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

Depois do sucesso de Dia de treinamento, filme que rendeu um Oscar a Denzel Washington, o novo filme do diretor Antoine Fuqua era esperado com ansiedade. Infelizmente, o trabalho é um retrocesso - e dos bons - na carreira do jovem cineasta.

Lágrimas do Sol

Típico exemplo da produção Era Bush, Lágrimas do Sol (Tears of the Sun, 2003) mostra Bruce Willis de volta à sua versão militar durão, do tipo que ele já havia interpretado em A Guerra de Hart.

Na trama, o tenente A.K.Waters é enviado pelo governo americano à Nigéria, juntamente com um grupo de soldados de elite. Sua missão: resgatar a Dra. Lena Kendricks (Monica Bellucci), que está cuidando - sempre com a camisa desabotoada e as belas curvas à mostra - de um grupo de aldeões numa missão católica.

Entrar lá é simples, apesar da guerra civil que assola o país. Mais complicado é convencer a bela doutora a abandonar seus setenta pacientes à própria sorte, numa região em que os guerrilheiros estão promovendo uma limpeza étnica repleta de atrocidades. Irredutível, o tenente Waters engana a médica e leva-a dali, sem pensar duas vezes sobre os pobres enfermos. Entretanto, é de Bruce Willis que estamos falando... não demora muito para que o herói aflore no tenente e ele decida retornar para ajudar os desamparados aldeões, desobedecendo a ordens expressas. Sim, a panfletagem é explícita: Os Estados Unidos estão aqui para ajudar os povos menos afortunados - que celebram emocionados a chegada de seus salvadores. E, claro, restaurar o regime democrático.

Precisa mesmo falar mais sobre o filme?

Claro que Fuqua deve ter aprendido algumas coisinhas. Os movimentos de câmera, a qualidade da produção e as cenas de batalha são empolgantes... mas a trama, sofrível, não agradou nem aos próprios norte-americanos, gerando um monumental fracasso de bilheteria. É que o filme, que entrou em cartaz dia 9 de março de 2003, tinha concorrência ferrenha. A guerra do Iraque começaria na TV apenas 10 dias depois.

Nota do Crítico
Regular