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Crítica

Jack Reacher - O Último Tiro | Crítica

Tom Cruise tenta criar novo Bourne, mas acaba em um filme oitentista

11.01.2013, às 00H20.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Jack Reacher - O Último Tiro (Jack Reacher, 2012) começa com um homem chegando a um estacionamento, se preparando e atirando em cinco pessoas. Com todas elas mortas, começam as investigações, que em poucas horas levam à prisão do atirador de elite James Barr (Joseph Sikora). Depois de um interrogatório em que tudo o que ele diz é "me traga Jack Reacher", Barr leva uma "lição" dos policiais da cidade e entra em coma. Para o principal detetive e o promotor, o caso está praticamente encerrado. Até que entra em cena o tal Jack Reacher (Tom Cruise), um misterioso ex-militar, que vive à sombra da sociedade, impossível de ser localizado - a menos que ele queira.

Jack Reacher

Jack Reacher

Jack Reacher

Jack Reacher

Reacher, criado na série de livros escrita por Lee Child, é um soldado de elite. Sabe atirar como ninguém. Luta com a rapidez e a brutalidade necessárias para acabar em poucos segundos com um grupo de valentões em uma briga de bar. Estrategista, está sempre dois passos à frente de seus oponentes. Detalhista, saca na hora o que está errado. E na hora que precisa fugir pelas ruas de Pittsburgh, Reacher acelera, derrapa e despista seus perseguidores, a polícia da cidade, como se fosse um local. A única paulada que ele leva no filme inteiro é quando é pego desprevenido. Mas tudo bem, porque os oponentes que o encurralaram são mais atrapalhados do que Joe, Moe e Larry juntos.

Se você pensou em Jason Bourne, pensou certo. Com a diferença de que o desmemoriado ex-agente da CIA tinha carisma, enquanto Reacher é a antipatia em pessoa. Sai de cena o sorriso de propaganda de creme dental que Tom Cruise desfila pelos tapetes vermelhos de Hollywood para entrar em campo o sujeito focado e de cara fechada - papel até certo modo parecido com o que ele já havia feito em Colateral, mas agora do lado dos bonzinhos.

Cruise, 50 anos recém-completados, mostra que ainda está longe de se aposentar dos filmes de ação. Acerta nas coreografias e na hora de fazer cara de mau. Há um pequeno excesso de pausas dramáticas, mas nada que diminua o seu esforço. O problema é que seus antagonistas são muito ruins. Nem o cineasta Werner Herzog convence com o sua versão de Jigsaw que preferiu ganhar dinheiro a dar lição nas pessoas. O pior é que a trama toda, que poderia criar um suspense sobre a suposta inocência de Barr, não deixa dúvidas do tipo de armação criada para cima do sniper em coma. Sobra, assim, apenas a ação.

A sede de vingança, o tom cartunesco dos vilões e a própria forma como eles acabam mostram que o roteirista e diretor Christopher McQuarrie queria fazer um filme oitentista com o visual e a tecnologia que temos hoje em dia. O plano era bom. Pena que o público que curtiria este tipo de filme já tenha um outro foco, Os Mercenários. Com a a diferença que Stallone e companhia sabem se divertir enquanto Tom Cruise se leva muito a serio.

Nota do Crítico
Regular