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Crítica

Seabiscuit - Alma de Herói | Crítica

<i>Seabiscuit - Alma de herói</i>

13.11.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

Seabiscuit - Alma de herói (Seabiscuit)
EUA, 2003
Drama - 141 min

Direção: Gary Ross
Roteiro: Gary Ross, Laura Hillenbrand (livro)

Elenco: Jeff Bridges, Tobey Maguire, Chris Cooper, Elizabeth Banks, Gary Stevens, William H. Macy, Eddie Jones, Michael Angarano, Ken Magee

Baseado no livro Seabiscuit - uma lenda americana (Cia. das Letras), de Laura Hillenbrand, o filme Seabiscuit: Alma de herói adapta a história verídica de três homens emocionalmente feridos, uma nação abalada e um cavalo incompreendido, que devolveu aos Estados Unidos seu orgulho.

Na década de 30, a Grande Depressão, período negro que começou com a queda da Bolsa de Nova York, levou milhares de pessoas ao desemprego, arruinou empresários, provocou falências e multiplicou as tensões sociais. Nessa época conturbada, Howard (Jeff Bridges), um dos maiores comerciantes de automóveis do país, redescobre o amor (depois de perder seu filho e esposa) e passa a investir em cavalos de corrida. Para o cargo de treinador, contrata Tom Smith (Chris Cooper), um vaqueiro calado e excêntrico, que não conseguia emprego fixo, mas que possuia uma empatia com os animais fora do comum.

Smith passa a rodar estrebarias em busca de um animal diferente, com potencial adormecido, para conseguir pagar barato e treiná-lo para tentar vitórias em páreos menores. Numa dessas visitas encontra o pequeno Seabiscuit, animal preguiçoso, de pernas tortas, maltratado e rebelde. O olhar dos dois se cruza e Seabiscuit é comprado. A escolha do jóquei é semelhante. O treinador esbarra em Red Pollard (Tobey Maguire) por acaso e identifica no rapaz as mesmas qualidades e problemas que tem o seu cavalo. Abandonado quando adolescente, o fracassado Red passa a vida fazendo bicos e montando por um teto e um pouco de comida. Juntos, Howard, Smith, Pollard e Seabiscuit começam um trabalho que entrará para a história.

Seabiscuit tem ares de épico. A grandiosidade dos circuitos, a recriação das corridas e a reconstituição de época são perfeitas. O diretor Gary Ross (A vida em preto e branco) mistura imagens de arquivo com as filmagens e ambienta o espectador em um dos períodos economicamente mais desesperadores que já viveu o povo americano. Além da história, daquele tipo que parece bom demais para ser verdade, a recriação das mais famosas corridas de Seabiscuit, documentadas em detalhes pelos narradores da época, é uma verdadeira lição de como registrar velocidade em película. Nada das pataquadas de filmes tipo Velozes e furiosos... em Seabiscuit, a ação tem uma carga emocional intensa, que só é aliviada quando os animais cruzam o disco final.

Para tanto, o cineasta utilizou jóqueis de verdade - incluindo o campeão Gary Stevens, que interpreta o amigo de Pollard, George Woolf. O próprio Maguire teve que aprender a montar como um profissional para o filme, esforço quase lhe custou o papel de Peter Parker em Homem-Aranha 2. Suas costas ficaram prejudicadas e foi necessário um intenso tratamento para que ele pudesse voltar a interpretar o herói aracnídeo.

Enfim, uma produção grandiosa, com trilha sonora impecável e atuações competentes (William H. Macy como o narrador Tick-Tock McGlaughlin está espetacular), Seabiscuit deve agradar a qualquer cinéfilo em busca de ação e emoção, mas que não queira se sujeitar a explosões, sangue e gritaria.

Ah, ser fã de turfe também deve ajudar, mas não é pré-requisito. Meu único contato com o esporte era a Bozo Corrida e eu adorei o filme.

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