Colocar uma estrela do cinema de ação em situações engraçadas e patéticas não é exatamente uma idéia nova. Do "governator" Arnold Schwarzenegger, passando por Silvester Stallone e até The Rock, muitos reis da testosterona já flertaram com a comédia.

A mais recente aposta de Hollywood, na figura dos Estúdios Disney, foi colocar Vin Diesel em Operação Babá (The Pacifier, 2004). Dessa vez, o ex-Triplo X interpreta Shane Wolfe, um graduado oficial da marinha que, por circunstâncias um pouco difíceis de engolir, é escalado para proteger uma família com cinco crianças. Ao se mudar para a casa dos Plummer, Shane precisaria apenas se preocupar com a segurança dos pirralhos por um fim de semana, mas acaba tendo de cuidar também do jantar e das fraldas sujas.

Como muitos devem imaginar, o filme não tem lá muitos lampejos de genialidade. Porém, a maior surpresa é que ele é realmente divertido. O roteiro pode ser repleto de clichês, como tombos na escada e situações improváveis, mas nem por isso deixa de ser competente. O maior mérito de Operação Babá é sua marcação milimétrica do desenvolvimento dos personagens com as risadas e emoções do público que - outra supresa - não são apenas risadas histéricas. Uma certa cena, lá pelo meio do filme, arrancou na sessão de pré-estréia um sonoro ooooohhh de toda a sala, incluindo aí até os críticos mais chatos.

O elenco competente compensa a desajeitada atuação de Vin Diesel. As crianças são carismáticas, suas cenas são pontuais e bem escritas. Até o bebê tem sua participação. Quem também dá o ar da graça, mesmo que em poucas cenas, é a Gilmore Girl Lauren Graham (a mãe, caso você esteja se perguntando). No papel da diretora Claire Fletcher, Lauren faz o interesse romântico de Diesel no melhor estilo "os brutos também amam". Já Brad Garrett (o Robert de Everybody loves Raymond) não consegue brilhar como vice-diretor, e sua atuação limita-se a poucas caras e bocas.

No final das contas, o saldo é positivo. Operação Babá consegue fazer tudo aquilo a que se propõe: divertir e fazer rir aqui e acolá. Mais que isso já seria pedir demais.