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Crítica

O Filho de Chucky | Crítica

<i>O filho de Chucky</i>

MH
13.01.2005, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 06H02

O filho de Chucky
Seed of Chucky

EUA, 2004
Comédia/Terror - 87 min.

Direção e roteiro: Don Mancini

Elenco: Jennifer Tilly, Hannah Spearritt, John Waters, Keith-Lee Castle, Redman, Steve Lawton, Tony Gardner, Jason Flemyng, Nicholas Rowe, Stephanie Chambers

O que não falta no mercado é filme de terror que, involuntariamente, só faz rir. Contra essa leva de pretensiosos, é sempre bom encontrar um que se assume logo de cara como tosco, cômico, autoparódico. Desde o seu início, em 1988, a franquia do brinquedo assassino soube perceber o seu potencial "trashístico". A cada nova sequência - 1990, 1991 - o escracho só aumentava. Depois de ganhar uma noiva em 1998, agora Chucky descobre que virou pai. E a matança dá lugar à crise na família dos carniceiros emborrachados.

Em uma escala de humor, O Filho de Chucky (Seed of Chucky, 2004) se equipara ao seu antecessor. Culpa de Don Mancini, criador e roteirista da série, que agora estréia na direção de longas. Para aproveitar bem a salada de referências pop, recomenda-se repertório ao espectador. A começar pela confecção do boneco do título, uma cópia idêntica, andrógina e esquelética, do Ziggy Stardust de David Bowie - espertamente ocultado nos materiais de divulgação e que cativa a audiência do início ao fim do filme.

Como Pinocchio, ele sofre os abusos de um ventríloquo num show de horrores. Certo dia, quando descobre que Chucky e Tiffany vão virar filme em Hollywood, o novo boneco decide escapar e viajar ao encontro dos pais que não o conhecem. A chegada a Los Angeles abre espaço para mais uma série de citações. É aí que O Filho de Chucky se define uma celebração do cinema B e uma homenagem à musa da franquia, a atriz Jennifer Tilly.

Ela surge no papel de si mesma, depois de ter vivido no quarto filme a vítima do vudu que deu alma à boneca Tiffany. Aqui, o caminho inverso: é a noiva de Chucky que quer possuir o corpo de sua estrela favorita e enfim voltar a ser humana. Se ficou difícil de entender, não se preocupe - importante mesmo é acompanhar Jennifer se esgoelando com satisfação, desconstruindo-se e fazendo piada com a própria carreira cheia de estereótipos de mulher lasciva.

Enquanto as moças se divertem, Chucky enfrenta um dilema: como criar um filho que mal sabe se é menino ou menina (em outra referência a um clássico B, Glen or Glenda, de Ed Wood)? Pior, um filho que não tem a menor vontade de sair cometendo carnificinas despropositadas! Até que tudo se resolva, épicos religiosos e rappers metidos a cineastas serão avacalhados; o rei do trash, John Waters, sofrerá na mão da equipe de maquiagem; Mancini homenageará O Iluminado com a famosa cena da porta e Psicose com o plano aéreo durante a morte da assistente de Jennifer.

E, assim, rindo de si mesmo e prestando reverência a quem se deve, Chucky encontra a sua maneira de viver para sempre.

Nota do Crítico

Bom
Marcelo Hessel

O Filho de Chucky

Seed of Chucky

2004
14.01.2005
87 min
Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos