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Internet - O Filme | Crítica

YouTubers enchem a tela, mas será que vão conseguir encher os cinemas?

24.02.2017, às 11H28.
Atualizada em 24.02.2017, ÀS 12H09

Por muito tempo, atores de TV não faziam cinema, assim como astros da tela grande não se prestavam a fazer algo para a telinha. Mas tudo isso mudou. Hoje vivemos uma época de livre trânsito entre as mídias, já incluindo aí também a Internet. Cada vez mais vemos youtubers sendo chamados para emprestar suas vozes para um personagem aqui, participar de um filme ali e também atores se jogando na rede atrás de mais visibilidade. Por isso, nada mais normal do que ver um projeto como Internet - O Filme (2017) chegando aos cinemas. 

A trama toda se passa em uma convenção de youtubers que acontece em um hotel. Em poucos segundos, toda a fauna que vive neste habitat é apresentada, da fã histérica ao vlogger que faz de tudo pela audiência, do gamer invicto aos filhotes de Jackass. Cada um dos personagens tem seus minutos de tela, em esquetes que vão se entrelaçando ao longo dos 96 minutos de filme. 

Não vá ao cinema esperando por grandes atuações dignas de Oscar, afinal a maioria das pessoas na frente telona não é ator - saber ligar a câmera no quarto e falar para milhares de pessoas exige um certo talento, mas ainda assim não é atuação, no sentido consagrado. E por isso até há uma diferença gritante com as cenas em que o comediante Paulinho Serra aparece interpretando o fã stalker do personagem do também comediante Rafinha Bastos. Outra que se salva é Thaynara OG, que faz a fã que decide passar seu aniversário entre aqueles que ela acompanha diariamente na Internet - deixando furiosa sua amiga (Gabi Lopes), na tela representando as pessoas que não entendem o sucesso das webcelebridades. 

Cercado de muitas críticas e preconceitos desde que foi anunciado, Internet - O Filme é realmente um filme e não apenas uma combinação de canais com milhões de assinantes. A história é fraca? Sim, mas esconde ali algum cuidado técnico e uma ou outra situações que geram risos genuínos. 

Quem não consome este tipo de conteúdo diariamente no YouTube não tem motivos para sair de casa, mas a dúvida, na verdade, é se os fãs destes youtubers, que gastam horas na frente do computador ou celular consumindo conteúdo de graça, vão gastar seu dinheiro para ir ao cinema. Além deste problema financeiro, temos ainda o problema etário. A maior parte deste público é formado por pré-adolescentes e o filme tem uma classificação indicativa não indicada para menores de 14 anos.  

Assista ao veredito de Internet - O Filme: 

 

Nota do Crítico
Regular