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Irmão Urso | Crítica

<i>Irmão urso</i>

11.12.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

Irmão urso
Brother bear
, 2003
EUA, 85 min.
Animação

Direção: Aaron Blaise, Robert Walker
Roteiro: Steve Bencich, Lorne Cameron, Ron J. Friedman, David Hoselton, Broose Johnson, Tab Murphy

Vozes no original: Joaquin Phoenix, Jeremy Suarez, Jason Raize, Rick Moranis, Dave Thomas, D.B. Sweeney, Joan Copeland, Michael Clarke Duncan

Antes de entrar no cinema para ver Irmão Urso (Brother Bear, 2003) fui indagado: sobre o que é este filme?. Tenho de confessar que a única coisa que eu sabia é que este seria o penúltimo desenho animado da Disney feito pelo processo clássico (o último será Nem que a vaca tussa - Home on the Range). Olhei bem para o cartaz e sem perder a pose disse ah, é sobre este ursinho que se perde da família, mas acaba cruzando o caminho deste outro urso. Eles meio que viram irmãos e juntos vão cantar e descobrir que a amizade e o amor estão em todos os lugares. E tem também aqueles dois alces, que são os elementos cômicos, como o Timão e Pumba, na história do Rei Leão. E ainda concluí: se é da Disney, pode ter certeza que é bem feito.

Acertei quase tudo. A única falha foi que na verdade, ambos os ursos foram separados de suas famílias. O resto, a cantoria, amizade, os alces engraçados, as cenas emocionantes... estão todos lá. A Disney criou esta fórmula e não se cansa de repeti-la. Tudo bem que falamos de um modelo vencedor, mas quando as crianças (dos 8 aos 80 anos) assistem a filmes bem diferentes gráfica e estruturalmente, o deslumbre é imediato. Não é à toa que as produções da Pixar (Toy Story, Vida de Inseto, Monstros S.A. e Procurando Nemo) são hoje sucesso garantido nas bilheterias. Junte o bem sucedido histórico da Pixar ao atual cenário das suas animações tradicionais e você entenderá porque a Disney resolveu dar uma congelada nesta forma de se fazer animação.

Mudando de pixel pra urso

Voltando à história dos ursos, vale dizer que tudo se passa no fim da Era Glacial e a aventura se inicia no dia em que Kenai (dublado aqui por Selton Mello), um jovem que vive com dois irmãos mais velhos, vai receber seu totem. É o ritual que marca a passagem da infância para a fase adulta e dá para imaginar o quanto ele está empolgado. Mas, de tão ansioso, ele acaba não prendendo muito bem os peixes que acabou de pescar. Um urso passa por lá e leva a comida embora. Provocado pelo irmão do meio, que vive dizendo que o caçula não faz nada certo, Kenai vai atrás do animal. Para não estragar a surpresa, vamos dizer apenas que depois de um tempo (e vários acontecimentos emocionantes) Kenai é transformado num bicho marrom de grandes garras e um rabinho fofo. É neste momento que surge Koda (Bernardo Coutinho), o urso pequeno, que se perdeu de sua mãe. O urso menor mostrará a Kenai os caminhos que o farão voltar a ser humano, sempre com muito bom humor e a empolgação típica de um menino hiperativo. Os tais alces, que aqui no Brasil têm as vozes de Marco Nanini e Luís Fernando Guimarães, são atrapalhados e engraçados, mas têm uma participação bem pequena na viagem dos dois ursos.

É impressionante notar como os movimentos de todos os animais que surgem na tela são muito parecidos com os dos animais de verdade. Prova de mais um ótimo trabalho de animação da Disney. Resta torcer para que um dia os executivos da casa do Mickey voltem atrás e façam mais desenhos como este, afinal, daqui a um tempo alguns de nós terão a ótima desculpa de ver estes filmes junto com os filhos pequenos. Ah, e de preferência sem as seqüências músicais. ;-)

Nota do Crítico
Bom