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Crítica

Dupla Confusão | Crítica

<i>Dupla confusão</i>

MF
27.01.2005, às 00H00.
Atualizada em 20.11.2016, ÀS 22H05

Dupla confusão
Tais-toi
França,
2003
Comédia - 85 min.

Direção: Francis Veber
Roteiro: Francis Veber, Serge Frydman

Elenco: Gérard Depardieu, Jean Reno, Jean-Pierre Malo, Richard Berry, Jean-Michel Noirey, Laurent Gamelon, Aurélien Recoing, Vincent Moscato, Ticky Holgado, Leonor Varela, Loic Brabant, Michel Aumont, Edgar Givry, André Dussolier

O francês Gérard Depardieu e o marroquino Jean Reno são provavelmente os dois atores de língua francesa de sua geração mais conhecidos em Hollywood e, conseqüentemente, no mundo todo. Reno ficou famoso ao interpretar um assassino em O profissional (1994), filme que marcou a estréia de Natalie Portman - ganhadora do Globo de Ouro pelo recém-lançado Closer - Perto demais. Já Depardieu despertou interesse ao contracenar com Andie MacDowell em Green Card: Passaporte para o amor (1990). Mas as carreiras dos dois são, por motivos óbvios, muito mais produtivas na França. Por isso é de se estranhar que só agora eles dividam a tela pela primeira vez.

O responsável por finalmente colocar os dois frente a frente é o diretor Francis Veber, do engraçadíssimo O closet (2001). O roteiro, que foi desenvolvido pelo próprio Veber em parceria com Serge Frydman, é baseado em um par de personagens, característica comum na filmografia do cineasta. Ruby (Reno) só tem uma coisa na cabeça: matar Vogel (Jean-Pierre Malo), um mafioso que assassinou a mulher que ele amava e agora está atrás dele e do dinheiro de um assalto. Já Quentin (Depardieu), não tem absolutamente nada na cabeça. Ele é um completo idiota que deixa todos ao seu redor malucos com sua tagarelice e estupidez. Mas uma coisa é inegável, ele tem um grande coração e sonha com o dia em que abrirá um bistrô na sua cidade natal, ao lado de seu novo amigo.

O resto da trama é marcada por piadas e situações que fazem gargalhar ou, pelo menor, rir discretamente de tão bobas que são. O humor utilizado é simples e quase sempre bastante físico. E isso, na verdade, acaba funcionando um pouco contra a fita. A diversão por si só é boa, mas acaba lotando o filme de clichês e deixando-o com cara de produção hollywoodiana. É justamente um tempero mais afrancesado ou europeu de se fazer humor que faz falta aqui.

Se o filme não afunda é graças ao talento de Reno e Depardieu. As olheiras do primeiro, seus olhos saltados e olhar no infinito rendem uma das melhores cenas, quando Quentin acaba de conhecer Ruby e diz que ele parece um cavalo. Depois de algumas ótimas imitações eqüinas e muitas explicações, Ruby continua calado, frustrando o plano do chefe de polícia que apostava que nem ele agüentaria a torturante companhia de Quentin e assim acabaria dizendo onde estava o dinheiro de seu último golpe. Se Ruby desconfia que Quentin é um policial disfarçado, o desajeitado ladrão vê no seu novo parceiro de cela a companhia ideal, pois Ruby escuta tudo o que ele diz.

E é esta improvável amizade entre os dois que serve de combustível para fazer o filme chegar ao fim rapidamente e quase indolor, mesmo apesar de algumas situações sem sentido. Em uma destas cenas sem pé nem cabeça, os fugitivos Ruby e Quentin conseguem nocautear os bandidões e pegar seu carro, que é rastreado por satélite. Eles armam então um plano para pegar o outro carro dos vilões, que também é rastreado!!! Ué, então para que a troca? Se você respondeu que é só para mostrar Depardieu dando uma de Obelix e distribuir sopapos, provavelmente acertou. Eu pelo menos não consegui achar outra explicação. Embora tenha de confessar que dei boas risadas - e que se eu tivesse caído num caldeirão de poção mágica, faria o mesmo.

Nota do Crítico

Bom
Marcelo Forlani

Dupla Confusão

Tais-toi!

2003
28.01.2005
85 min
Comédia
País: França, Itália
Classificação: LIVRE
Direção: Francis Veber
Roteiro: Francis Veber
Elenco: Gérard Depardieu, Jean Reno, Richard Berry, André Dussollier, Laurent Gamelon, Aurélien Recoing, Vincent Moscato, Michel Aumont, Leonor Varela