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Crítica

Eva no Duerme | Crítica

Tão incrível quanto verídica, história do corpo de Eva Perón é contada em filme de Pablo Agüero

16.09.2015, às 10H52.

A surpreendente (e verídica) história do cadáver de Eva Perón, uma das mais estranhas do passado da Argentina, é contada através de uma experiência cinematográfica igualmente inconvencional por Pablo Agüero.

Em Eva no Duerme, o diretor repassa três momentos fundamentais dessa passagem: o embalsamento, o transporte do corpo por militares e seu destino derradeiro. Considerada e amada como uma figura quase religiosa pelo povo e morta aos 33 vítima de câncer, Evita teve seus restos verdadeiramente imortalizados, gerando uma série de histórias... Algumas exageradas, outras verídicas e surreais, como sua violação e inúmeros sequestros.

Intercalando ficção baseada em fatos com registros de época da turbulenta Argentina nas décadas de 1950 a 70, Agüero cria verdadeiras montagens teatrais em tela, já que filma com longuíssimos planos-sequência com atuações carregadas de teatralidade e momentos brilhantes (a cena da briga no caminhão é incrível). Gael García Bernal aparece pouco e narra a ojeriza militar pela peronista com desprezo cruel, mas o verdadeiro astro é mesmo Agüero, que monta um curioso e forte quebra-cabeça em Eva no Duerme.

Nota do Crítico
Bom