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Crítica

O Escorpião Rei | Crítica

Dos ringues para os desertos

26.04.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

Há 5000 anos, na cidade de Gomorra, o assassino profissional Mathayus (The Rock) é contratado para matar o tirano conquistador Memnon (Steven Brand) e, principalmente, eliminar sua vidente e feiticeira Cassandra (Kelly Hu), peça decisiva nas batalhas. Após um ataque mal-sucedido no qual perde todo seu bando, o guerreiro é capturado por Memnon e só não morre por causa da intervenção da bela feiticeira. Segundo ela lhe confidenciaria depois, era mantida ao lado de Memnon contra sua vontade e via o mercenário como uma esperança de liberdade para o povo. O resto da história de Escorpião Rei (The Scorpion King, 2002) é mero pretexto para fantásticas cenas de ação protagonizadas pelo astro da luta-livre americana Dwaye The Rock Johnson.

Em uma trama bem capenga, um cruel assassino profissional se transforma em guerreiro da liberdade e galante herói sem grandes nuances dramáticas. É tudo muito rápido e sem muita lógica. No entanto, dentro do que se propõe - ser uma aventura vazia e divertida -, o filme até que acerta, com muita pancadaria e até com algumas cenas de humor; algumas involuntárias, graças à tolice dos diálogos e à canastrice do astro The Rock.

Também é interessante notar que, para manter a censura 13 anos da fita, os produtores conseguiram fazer um filme de bárbaros chacinando seus inimigos sem uma só gota de sangue! Tá bom, exageramos... Na verdade, aparecem duas gotinhas no rosto do galã.

Projeto pessoal do mais novo candidato a Schwarzenegger, o filme é derivado do grande sucesso de O Retorno da Múmia (The Mummy Returns, 2001). Quem assistiu vai se lembrar do guerreiro que aparece no início liderando uma horda de monstros após um pacto maligno que lhe custa a vida. No final, ele reaparece transformado (porcamente) em uma criatura meio homem, meio escorpião.

O Rocha

Antes de atuar em O retorno da múmia, The Rock já havia acumulado pequenas participações em Star Trek: Voyager, That 70?s Show e Saturday Night Live. No entanto, mesmo iniciante no ramo cinematográfico, foi amparado por nomes já consagrados em Hollywood. O diretor Chuck Russell é dono de diversos sucessos em sua carreira, incluindo O Máskara, Eraser e A hora do pesadelo. Já o roteirista Jonathan Hales escreveu alguns episódios da série O jovem Indiana Jones e é co-autor do roteiro de Star Wars II - A guerra dos clones.

As cenas de ação mantêm o interesse e a sacerdotisa, coberta apenas por trapos mínimos o filme todo, é um colírio para os olhos que se sentirem agredidos com a atuação de The Rock. No entanto, o caminho que ele começou a trilhar no cinema parece que será longo, considerando a boa aceitação que o filme vem tendo. Em uma recente entrevista, o grandalhão anunciou orgulhoso que O Escorpião Rei terá uma ou duas continuações. Por outro lado, a Universal já divulgou que Brendan Fraser será recrutado para a terceira aventura da série A múmia. Desta vez, porém, Mathayus não deverá aparecer, já que ele deve se tornar uma franquia independente.

Enfim, se lhe interessa assistir a um Diet Conan engraçadinho, Rei Escorpião é uma boa pedida. Caso contrário, passe longe.

Nota do Crítico
Regular