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A Escolha Perfeita | Crítica

Os campeonatos de canto chegam à faculdade

06.12.2012, às 20H25.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H50

É curioso, ao destrinchar um filme, perceber como funcionam de fato as engenhocas que o tornam um sucesso ou um fracasso, de bilheteria ou de crítica. No caso de A Escolha Perfeita, quando os elementos que o formam são separados, fica extremamente claro o que dá certo e o que falha a ponto de exaltar outros defeitos.

A Escolha Perfeita

A Escolha Perfeita

A Escolha Perfeita

A trama acompanha Beca, a aspirante a DJ que quer ir para Los Angeles perseguir o sonho de produzir músicas. No entanto, seu pai (John Benjamin Hickey) exige que ela curse uma faculdade para que tenha melhores oportunidades na vida. Ao chegar na Barden University, ela logo corre atrás de oportunidades que envolvem sua carreira musical, se unindo ao grupo de canto a capella formado só por garotas The Barden Bellas.

Quando a proposta de se fazer um musical contemporâneo é posta à mesa, deve-se tomar extremo cuidado na escolha de seu repertório. A Escolha Perfeita mostra desde o início que é um filme com base no pop, um dos gêneros mais efêmeros da música. Desta maneira, sua lista de músicas, que passa por 2004 com "Since U Been Gone", 2007 com "Don't Stop the Music", 2009 com "Party in the USA" e 2011 com "Price Tag", fica incrivelmente datada. Mas também não é quando os clássicos são introduzidos que as coisas melhoram. Ao apresentar "Turn the Beat Around" e "Eternal Flame" na mesma entonação em que foram criadas, tudo parece ainda mais velho e antiquado, passando a sensação de uma viagem de volta à década de 1990.

O roteiro também não ajuda e logo percebemos que a guideline básica para filmes de competição na escola será mantida. A partir daí, é fácil prever todas as possíveis reviravoltas que estão por vir; desde a novata apresentando a música diferente durante os testes, até a brusca mudança no direcionamento do grupo, também causada pela novata.

O que faz com que Escolha Perfeita não seja um desastre completo é o elenco. Anna Kendrick, Anna Camp, Brittany Snow e principalmente Rebel Wilson sabem muito bem o que estão fazendo. Ao estabelecer um ótimo tom cômico ao longa, os problemas citados anteriormente são abafados de maneira a tornar a experiência menos enfadonha do que ela poderia realmente ser.

Mas quem realmente salva o filme são Elizabeth Banks e John Michael Higgins como os comentaristas de torneios a capella para faculdades. Ao receberem o aval para improvisação, ambos soltam comentários certeiros e hilários sobre as apresentações, tornando tudo muito mais engraçado do que emocionante.

No mais, Escolha Perfeita é divertido e entretém, mas sem nunca surpreender. Em filmes no qual o elenco se sobrepõe ao roteiro, é difícil não sair do cinema com uma sensação de repetição, mas o show de atuação e comédia sustentam bem o longa.

A Escolha Perfeita | Trailer

A Escolha Perfeita | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Regular