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Crítica

A Era do Gelo: As Aventuras de Buck traz doce mensagem de amadurecimento

Novo capítulo da franquia vacila no rumo, mas encontra seu equilíbrio ao focar em público mais infantil

JS
28.01.2022, às 14H01.

Créditos da imagem: Disney+/Divulgação

O novo filme da duradoura franquia de A Era do Gelo, As Aventuras de Buck, foi inicialmente planejado como uma série do Disney+. Assim como diversas produções dos últimos dois anos, o projeto foi repensado e acabou como um filme derivado, um que seguiria focando no personagem introduzido no terceiro filme da série, Buck Wild, a doninha esquisita dublada por Simon Pegg. O intuito faz sentido - Buck é um personagem fora da caixinha no contexto em que se encontra, um solitário no mundo que valoriza tanto o conceito da manada. Curioso é que o novo filme parece ter se esquecido de sua própria ideia inicial, e as mudanças de planejamento do estúdio ficam bem claras em As Aventuras de Buck. 

Não demora para que o filme revele que Buck não é - nem de perto - um protagonista em sua própria aventura. Aqui, o foco do filme é Crash e Eddie, os inconvenientes gambás e irmãos de Ellie, que não se identificam mais no grupo de personagens clássicos e desejam conhecer o mundo em sua própria jornada. No caminho, eles encontram Buck, e entre confusões e planos mirabolantes o novo grupo tenta salvar o Mundo Perdido das mãos de Orson, um dinossauro com planos de dominação. Nesse contexto, Buck não é nem o único mentor de Crash e Eddie, já que somos introduzidos também à sua antiga companheira de batalha, Z. Todo o pano de fundo do passado de Buck - citado pontualmente na produção - salta aos olhos como perdido no desenvolvimento do novo filme.

Trazer a dupla de gambás para o centro da produção cria certa confusão de rumo para As Aventuras de Buck, mas acaba também por criar um produto em que isso é menos prejudicial - um filme muito mais infantil. As Aventuras de Buck diminui a faixa etária dos públicos de A Era do Gelo, confiando seu humor em piadas bem mais imediatas e de humor físico, que certamente funcionarão para os pequenos. O olhar menos maduro também acaba por privilegiar as escolhas estéticas do derivado, que foca o trabalho da animação no primeiro plano com texturas bonitas de ver, mas se dispensa o mesmo cuidado em grandes planos e cenários de fundo.

Uma vez ajustada a expectativa do novo filme, As Aventuras de Buck se revela um produto de entretenimento certeiro para crianças no isolamento, não apenas porque sabe pegar seu público na mão e conduzi-lo em aventuras cômicas, mas porque o ponto alto do derivado é sua lição final, uma que acaba por levar adiante o conceito de família e manada da franquia. Aqui, existe um maduro aprendizado sobre a união à distância e, ainda mais, sobre a importância de separação e individualidade, uma mensagem que não contradiz a essência de A Era do Gelo. Pode ter sido difícil ajustar As Aventuras de Buck ao seu novo conceito, e isso é visível, mas o produto final funciona exatamente para quem deve funcionar. 

Nota do Crítico

Bom
Julia Sabbaga

A Era do Gelo: As Aventuras de Buck

The Ice Age Adventures of Buck Wild

Direção: John C. Donkin
Elenco: Justina Machado, Simon Pegg