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Crítica

Entourage - Fama e Amizade | Crítica

Mais um desafio na carreira de Vince, mais um episódio na conta da série de 2004

20.08.2015, às 22H15.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Na teoria, Entourage nunca realmente precisou de um filme. Depois de oito temporadas na HBO e um final satisfatório, a ideia de um longa metragem que trouxesse de volta Vince (Adrian Grenier), E (Kevin Connolly), Drama (Kevin Dillon), Turtle (Jerry Ferrara) e agente Ari Gold (Jeremy Piven) meramente para uma reunião do grupo precisava de algo a mais para envolver antigos fãs e possivelmente agregar uma nova audiência. Não foi o caso.

Sempre que um filme é lançado como subproduto de qualquer outra coisa, é comum que pessoas questionem se é necessário assistir à produção original para entender o novo lançamento. Diferente de Sex and the City, no entanto, Entourage - Fama e Amizade não funciona sozinho e precisa de uma certa familiaridade do público com a série de TV para a compreensão total da obra. Menções a personagens e situações do programa são feitas o tempo todo, tornando tudo mais uma produção de referências do que de nostalgia.

Foram quatro anos entre o fim da série e o lançamento do filme, sendo que o episódio final, intitulado "The End", amarra todas as pontas soltas e entrega um final digno de caminhada em direção ao pôr do sol. Pensando assim, ao ver o filme e perceber que muitas coisas que haviam sido resolvidas nos últimos minutos do programa aparecem desconstruídas no longa - como o relacionamento de E e Sloan (Emmanuelle Chriqui) -, temos a sensação de que nada é muito sagrado e tudo pode mudar, por exemplo, se um segundo longa vier a existir.

É curioso, porém, analisar que mesmo que a TV esteja cada vez mais em alta e a linguagem cinematográfica caiba bem na telinha, o mesmo não se aplica ao contrário. Entourage usa o mesmo modelo de cenas curtas e diálogos expositivos de seu material de origem e parece ficar pequena dentro do cinema, deixando a desejar por não explorar todo o potencial que a telona tem a oferecer. Talvez tudo funcionasse melhor como um especial televisivo, mas volto a questionar a real necessidade de mais Entourage em qualquer capacidade.

O longa também falha quando tenta explorar uma trama que precisaria de uma temporada completa da série para desenvolver. Quando o foco poderia ter ficado somente na carreira de Vince, são criadas histórias paralelas para toda a entourage - até para Lloyd (Rex Lee) -, tornando os 104 minutos da produção em uma correria de curtas cenas. Ainda há também uma estranha necessidade de enfiar um punhado de celebridades mais conhecidas do que os protagonistas para que haja mais identificação do público.

Para fãs da série, no entanto, não deixa de ser divertido ver a turma de volta. Ao menos as tramas dos personagens não vão de encontro com qualquer outra já explorada no original, colocando-os em situações inusitadas e interessantes. Mesmo assim, Entourage: Fama e Amizade mais parece uma temporada corrida do que um episódio estendido.

Nota do Crítico
Regular