|
||||
Em Doze é demais (2003), Tom Baker (Steve Martin) sentiu na pele as dificuldades de cuidar de seus 12 filhos enquanto a mãe (Bonnie Hunt) estava fora, promovendo o livro que acabara de escrever. A confusão só aumentava, porque ele era treinador do time de futebol americano e tinha como única saída levar seus atletas para treinar no seu quintal, onde poderia ficar de olho nos filhos. Era, na essência, um filme de superação e união familiar cercado por inúmeras trapalhadas e um humor pastelão, que de tão mal encenado e previsível se tornava sem graça.
Mesmo assim, o filme se consagrou o maior sucesso de Steve Martin nas bilheterias e é desnecessário dizer que a ganância dos executivos falou mais alto que qualquer bom senso quando eles encomendaram ao roteirista Sam Harper o script de Doze é demais 2 (Cheaper by the dozen 2, 2005).
A comédia mudou então de cenário, deixando a cidade para trás em direção a uma casa à beira de um lago no interiorano Winsconsin. O motivo é a despedida do fim de uma era para os Bakers, pois um a um seus filhos começam a sair de casa. Atordoados com as notícias, os pais decidem reunir todos uma última vez no local onde eles passaram verões inesquecíveis.
O que ninguém imaginava é que do outro lado do lago estariam os Murtaughs, família rival liderada por Jimmy (Eugene Levy), que hoje praticamente domina toda a região. O reencontro reacende a chama da competitividade entre os dois pais, que vai da forma como criam seus filhos e culmina em uma infame competição entre famílias. No meio do caminho, claro, mais trapalhadas, obstáculos e lições a serem aprendidas.
O filme tem lá os seus momentos engraçadinhos (nada que consiga arrancar uma verdadeira gargalhada - no máximo uns sorrisinhos e olhe lá), mas fica chato tamanha a previsibilidade e o excessivo número de cenas feitas para emocionar a platéia.
Corretamente lançado nesta época em que resoluções de fim de ano fazem famílias se reunirem, deixando para trás antigas rusgas, o longa sabe quem é o seu público e ele dificilmente vai deixar de gostar do que lhe é exibido. Muitos poderão até dizer que é melhor do que o anterior - como se isso fosse algo impossível de se atingir.
Mas assim como aqueles engordativos banquetes das ceias de Natal e Reveillon, você pode até se divertir naquele momento, mas esta alegria vai durar pouco e logo vem a seguda-feira em que tudo o que tudo você consegue pensar é por que eu fiz isso?