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Final Fantasy | Crítica

Deve ser mesmo o fim da fantasia

10.08.2001, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H12

Final Fantasy foi um dos filmes mais alardeados dos últimos tempos. Os motivos são muitos, a começar pelo seu alto custo. Foram gastos 140 milhões de dólares, o dobro da média atual das grandes produções, que beira os 70 milhões. Demorou quatro anos para ficar pronto. A série de videogames em que é baseada é um enorme sucesso (são 33 milhões de inidades vendidas ao redor do mundo) e o décimo primeiro jogo já está sendo desenvolvido. Os desenhos iam sendo divulgados em doses homeopáticas e eram sempre exuberantes. E, pra terminar, este seria o primeiro filme em que personagens criados por computação gráfica substituiriam atores de carne e osso.

Toda a expectativa criada e dinheiro gasto dificilmente vão se transformar em sucesso, seja de crítica ou público. Final Fantasy conseguiu permanecer apenas duas semanas na lista dos 10 mais vistos nos Estados Unidos/Canadá. Shrek, o filme mais visto em 2001 até agora, ficou 11 semanas entre os top 10.

Mas se gastaram tanto e criaram tanta expectativa, por que o filme fracassou? Difícil dizer, mas alguns pontos devem ser destacados. O principal deles é que os personagens criados não conseguem substituir atores de carne e osso. Isso é visível na cena feita para chorar em que Aki Ross finalmente se iguala aos seres humanos. Assim como acontece freqüentemente no cinema, ela se limita a ser uma atriz boazuda que não consegue passar emoção ao espectador. Outra impressão que fica é a de que investiram tanto dinheiro e tempo para deixar os bits com cara de gente que esqueceram de trabalhar o roteiro. Infelizmente, este é um defeito que tem se tornado comum nos outros filmes baseados em videogames. Basta ver Tomb Raider e Street Fighter.

Ao contrário do filme estrelado por Angelina Jolie, Final Fantasy se tornou um enorme mico. Como a Columbia Pictures dificilmente vai conseguir atingir os lucros esperados com esta milionária produção, pode-se dizer que a fantasia cinematográfica de Hironobu Sakaguchi (criador, diretor e produtor de Final Fantasy) chega ao seu fim.

 

 

Nota do Crítico
Ruim