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Crítica

Crítica: Vestida para Casar

Katherine Heigl salva a comédia romântica da mesmice total

14.02.2008, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H33

A direção de Anne Fletcher (Ela Dança, Eu Danço) em Vestida Para Casar (27 Dresses, 2008) é precisa feito um cronômetro. Segue direitinho o mapa do tesouro deixado pela roteirista Aline McKenna: Cada reviravolta, cada acontecimento, acontece na horinha certa - numa planta baixa aperfeiçoada ao longo de décadas de um gênero que parece incansável.

vestida para casar

E esse suposto "trunfo" é justamente o que tira qualquer interesse da produção. Fletcher e McKenna (que já fez muito melhor no esperto O Diabo veste Prada) conhecem seu público e dão a ele exatamente o esperado, nada mais. Tem a "cena tipo desfile de moda", a "cena das matracas na aula de Ioga", a "cena da aguardada vingança", a "cena da bebedeira que termina em sexo", a indispensável "melhor amiga facinha"... Mas olha só a falha: faltou a cena do "alento através do sorvete". Ah, nenhuma comédia romântica é completa sem esse clássico.

A mesmice só não é completa pela presença da esforçada Katherine Heigl, que surge como uma aposta do mercado para ocupar o vácuo deixado por Julia Roberts. Egressa do sucesso na televisão e do "filme de menino" Ligeiramente Grávidos, a atriz busca aqui alguma inércia na carreira ao viver Jane (Katherine Heigl), veterana madrinha de casamentos. Ela é a dona dos tais 27 vestidos do título original, que nunca achou o homem certo para estrelar um casório todo seu. O pior é que Tess (Malin Akerman), sua irmã, está se casando com o sujeito da vida de Jane, George (Edward Burns), e pra ela só sobrou um jornalista bonitão e adorável (James Marsden), mas intrometido, que vê a instituição do matrimônio com um cinismo gigantesco.

Vale destacar também o papel de Marsden. Depois de viver o cara-que-perde-a-garota em todos os filmes que fez, ele finalmente interpreta alguém diferente aqui (bom pra ele... estava virando piada já). A tal da química entre os dois funciona direitinho, como tudo o que é suficientemente planejado.

Enfim, existe algum clichê maior que chamar uma comédia romântica de clichê? Provavelmente não. Mas isso não aconteceria se os produtores não insistissem em reciclar a mesma fórmula de novo e de novo e de novo... o que também não aconteceria se o público-alvo simplesmente deixasse de assistir ao mesmo filme eternamente. E, inferno, quem sabe um dia eu também não fique livre de escrever o mesmo texto medíocre de sempre sobre a comédia romântica da semana.

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Nota do Crítico
Regular