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Crítica

Crítica: Simplesmente amor

Simplesmente amor é um filme sobre... simplesmente amor

04.12.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H15

"Na verdade, o amor está por todas as partes". Este era o título inicial que o roteirista neo-zelandês Richard Curtis tinha imaginado para o seu primeiro trabalho como diretor de cinema. Famoso roteirista de sucessos como Quatro casamentos e um funeral e Um lugar chamado Notting Hill, Curtis queria mostrar ao público que o amor está em todos os lugares, seja no momento de dizer "eu aceito" durante um casamento, na hora de comprar um presente, ou num simples beijo de boa noite. O amor pode ser apaixonante, traiçoeiro, doloroso, sacana e irresponsável. Pode causar choros, risos, ataques frenéticos e (por que não?) até incidentes internacionais.

Simplesmente Amor

Para mostrar suas idéias Curtis dividiu seu filme em várias histórias paralelas. As primeiras que vieram à sua cabeça foram a do Primeiro Ministro inglês que se apaixona pela governanta, e a do marido que chega em casa antes da hora e, bom, você sabe, né? Os dois protagonistas escolhidos foram Hugh Grant e Colin Firth, ambos do primeiro escalão de atores ingleses e apenas uma amostra do elenco, que ainda conta com Alan Rickman (o Prof. Snape da série Harry Potter), Emma Thompson (Razão e sensibilidade, Retorno a Howards End), Liam Neeson (A lista de Schindler, Star Wars Ep. I), Laura Linney (Conte comigo, A vida de Truman), a nova queridinha Keira Knightley (Driblando o destino, Os Piratas do Caribe) e o brasileiro Rodrigo Santoro (que dispensa apresentações), entre tantos outros.

Pelo emaranhado de histórias, algumas pessoas chegaram comparar esta comédia romântica com Short Cuts - cenas da vida , de Robert Altman. Uma grande injustiça para os dois, que têm estilos bem diferentes. Curtis é habilidosíssimo com a caneta e consegue criar diálogos e situações cotidianas engraçadas, mas difíceis de se ver nas vidas reais. Tudo aquilo faz mais sentido no seu universo romântico do que na vida real. Já Altman é conhecido por recolher nuances da sociedade e mostrá-las em seus filmes.

Simplesmente amor é um filme sobre... simplesmente amor. Se ele é expresso na forma de um músico decadente e seu empresário, ou de um casal de meia-idade em dificuldades, ou do político com cara de cão abandonado, ou de um pré-adolescente apaixonado, ou de um marido traído que redescobre o amor, ou de uma irmã superprotetora, ou de dois jovens que acabaram de se casar, isso são só detalhes. Gostosos, divertidos e comoventes detalhes. Como deve ser o amor.



Nota do Crítico
Ótimo