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Crítica

Crítica: Sex and the City 2

Continuação tem premissa fraca mas emoções e diálogos verdadeiros

27.05.2010, às 17H51.
Atualizada em 07.11.2016, ÀS 08H07

Em entrevista ao Omelete, o diretor e roteirista Michael Patrick King declarou que gostaria que Sex and the City 2 fosse uma grande festa. Com essa ideia em mente, fica fácil entender sua opção pela justaposição de cenas extravagantes, cada uma com figurinos mais deslumbrantes e situações mais rebuscadas que a anterior - com direito até à participação especial de Liza Minnelli. No entanto, a trama que faz a ligação entre os vários momentos de celebração da feminilidade e cada um dos looks de "desfile de moda" poderia ser melhor amarrada, para que o todo fizesse mais sentido. Do jeito que está, a comédia romântica deixa a desejar e todos os momentos criados para causar euforia nas mulheres da plateia parecem um pouco gratuitos.

Sex and the City 2

Sex and the City 2

Sex and the City 2

O filme começa dois anos depois do primeiro longa e agora Carrie Bradshaw (Sarah Jessica Parker) precisa lidar com a rotina do casamento. Depois de anos promovendo o glamour de uma vida de solteira cheia de pretendentes e badalação nos lugares mais quentes de Nova York, como lidar com noite após noite no sofá assistindo TV ao lado do maridão? E, acima de tudo, como é a vida depois de um final feliz?

As outras personagens também lidam com as consequências de ter alcançado seus objetivos. Charlotte (Kristin Davis) sofre com o estresse de duas filhas pequenas e Miranda (Cynthia Nixon) já não está mais tão feliz na grande firma de advocacia em que trabalha. Samantha (Kim Cattrall) - sempre caricata na medida certa e lançando as melhores piadas - embarcou na empreitada anti-envelhecimento a fim de seguir com suas (muitas) aventuras sexuais. É ela também que convida as meninas para duas semanas de férias em Abu Dhabi - e com todas as despesas pagas -, que é o ápice da trama.

Vemos então que o filme busca entregar às mulheres de sua plateia o sonho escapista de uma vida luxuosa, em que homens maravilhosos e férias grátis podem simplesmente cair do céu. Sex and the City 2 é o conto de fadas para a sociedade de consumo, em que uma fada madrinha em forma de sheik árabe resgata mulheres das agruras de ser mães e esposas para levá-las ao mundo encantado do Oriente Médio, cheio de possibilidades e mistérios.

No entanto, apesar de todos os excessos, a continuação consegue se recuperar das gafes do primeiro filme e não fica apenas na superficialidade. Ainda que pouco amarrado, o roteiro acerta nas emoções e nos diálogos - como, por exemplo, uma ótima cena entre Miranda e Charlotte no bar do hotel em Abu Dhabi -, entregando um resultado coerente com a trajetória trilhada pelas personagens nos seis anos da série. Carrie, Miranda, Samantha e Charlotte voltaram a ser personagens esféricas, que mostram o melhor de seu estereótipo - a aficionada por sexo ou a super-mulher profissional, por exemplo -, e também momentos ricos em que as vemos totalmente desmontadas e frágeis, como qualquer mulher normal. O grande orçamento também ajuda e o diretor tira proveito das locações no deserto e dos takes aéreos em Nova York, proporcionando belas imagens.

Para as fãs nostálgicas de Sex and the City, o segundo filme serve muito bem para matar a saudade de nossas heroínas. E a improvável combinação de Samantha Jones e o tradicional mundo das burcas do Oriente Médio também faz valer os reais gastos com o ingresso do cinema.

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Nota do Crítico
Bom