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Crítica

Crítica: Plano B

Jennifer Lopez está de volta... em mais uma comédia romântica dispensável

10.06.2010, às 18H30.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H03

Posso estar errado, mas acho que um dos maiores medos da vida de muitas mulheres é ficar pra titia. Jennifer Lopez não é exceção. Pelo menos não em Plano B (Back-up Plan, 2010), filme em que ela interpreta Zoe, uma ex-executiva de Nova York que larga o estresse corporativo por um pet shop. Cansada também de tentar achar o seu par perfeito, ela decide fazer uma inseminação artificial.

Plano B

Plano B

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Porém, quando sai da clínica, achando que aquele é um dos dias mais felizes da sua vida, ela entra num táxi ao mesmo tempo que Stan (Alex O'Loughlin, de Terror na Antártida). Os dois começam a discutir quem realmente deveria seguir viagem no veículo e... pronto! Eles vêem um no outro algo atraente. Corta para outro dia e entram em cena as coincidências: Zoe está andando por uma feira na cidade com sua melhor amiga e dá de cara com Stan trabalhando por lá. É o destino colocando os dois novamente em contato. E ele começa a marcação cerrada para descobrir mais sobre ela, até que consegue convencê-la a saírem uma noite.

Ele se mostra o cara mais romântico e divertido do mundo e bla-bla-blá, ela se apaixona por ele também. Mas não conta que está grávida. Chegamos então àquele problema que separa os casais antes do felizes-para-sempre. Ele, que já foi casado, não quer ter filhos e ela, como descobrimos depois, está grávida não apenas de um filho, mas de gêmeos, motivo de sobra para ele ficar em choque e repensar o relacionamento. A história vai, então, se desenvolvendo entre as discussões e descobertas dos estilos de cada um, que vão se impondo sobre o outro.

Havia espaço de manobra suficiente para que a comédia romântica falasse sobre temas universais como a mudança do estilo de vida dela, todas as novidades que seu corpo está passando, as dúvidas e descobertas que vêm com o bebê, etc. Mas o filme prefere ignorar tudo isso para tentar fazer rir. Leia bem: tentar!

As situações com ultrassom, vestidos apertados e abdomens sarados variam entre o mau gosto, o sem-graça e o previsível, passando longe de serem engraçadas. Pior que isso, só a desnecessária cena de parto natural que acontece na sede do dispensável grupo "Mães Solteiras e com Orgulho". Se há uma única sequência do filme todo em que protagonistas e público estão em sintonia, sem dúvida é essa. A cara de nojo dos dois tem tudo para ser a mesma que a da pessoa sentada ao seu lado.

Enquanto isso, pistas que eles mesmos plantam, como o alerta dela sobre as mudanças hormonais, jamais se concretizam.

O filme só não é pior porque J-Lo enche a tela com seu carisma - e outros atributos (físicos) que mesmo aos quase 41 anos continuam em forma - e O'Loughlin, o cover australiano de Ryan Reynolds, também não faz feio. Fora isso, Plano B se prova um dos maiores medos dos homens: tempo e dinheiro jogados fora em um filme sem-graça e previsível.

Nota do Crítico
Ruim