Misturar computação gráfica com atores reais não é inovador já faz tempo. Aliens querendo invadir a Terra, então, nem se fala. Mas ao juntar tudo isso numa despretenciosa aventura infantil, com bons atores mirins, pais com cara de bobo, um cunhado metido a gostosão e uma vovó que luta artes marciais, até que o resultado pode ficar menos vergonhoso do que a ideia faz imaginar.
Pequenos Invasores
Pequenos Invasores
Pequenos Invasores (Aliens in the Attic, 2009) é o longa-metragem que cometeu essa façanha. A trama toda se passa em uma daquelas casas no lago, que aparentemente só servem de cenário para comédias e filmes de terror. Neste caso, como estamos falando de um filme-família, não há mortes ou sangue. No máximo, as explosões de fogos de artifício causam aquelas caras chamuscadas que conhecemos dos desenhos do Pernalonga.
Os Pearson estão todos reunidos para o feriado de 4 de julho, a independência dos Estados Unidos. De um lado estão o nerd Tom (Carter Jenkins), sua inocente irmãzinha Hannah (Ashley Boettcher) e a mais velha Bettany (Ashley Tisdale), já adolescente, que não se mistura. Do outro, o primo do estilo esportista Jake (Austin Robert Butler) e os gêmeos Art e Lee (Henri e Regan Young), ligados no 220V. No time dos adultos estão os pais da primeira família, o tio separado da outra e a vovó (Doris Roberts, de Everybody Loves Raymond). E tem ainda o penetra Ricky (Robert Hoffman), que aparece por lá já imaginando como será a noite ao lado da namorada, Bettany. É uma equipe respeitável de tipos bem diferentes um do outro, fáceis de identificar.
Contra eles todos está um grupo de alienígenas de não mais de 1 metro de altura. O líder é Skip. Tazer e Razor são o casal de soldados. E Sparks é o engenheiro, que não entende e nem quer entender nada de invasões a outros planetas, mas está ali para montar a engenhoca que está enterrada embaixo da casa e é peça primordial aos planos dos verdinhos.
Não há grandes invencionices no roteiro co-escrito por Mark Burton (ganhador do Oscar por Wallace & Grommit) e Adam F. Goldberg (Fanboys), tampouco na direção de John Schultz, que capta as crianças como crianças, se divertindo até mesmo com a possibilidade do fim de suas vidas como elas a conhecem. Há, porém, o ingrediente dramático auto-imposto por Tom, que quer deixar de ser o CDF e se tornar "descolado" como seu primo, mas não tem cacoete para tanto.
Faz pensar, no entanto, se as crianças realmente são daquela forma ou se essa é apenas a visão que os adultos fazem delas. Afinal, nem todos os "pequenos" têm a habilidade necessária para pegar um controle extraterrestre em suas mãos e sair dando hadoukens ou chutes giratórios à la Street Fighter. Principalmente quando no lugar da tela de TV está a sua avó. É forçado, mas pode divertir.