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Crítica

Crítica: Instinto de Vingança

Mais um filme de transplante que gera loucura

21.10.2010, às 20H08.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H09

Depois de um transplante, um homem começa a ganhar os sentimentos e vontades do seu antigo dono. Quantas vezes você já viu essa história no cinema? Dez? Vinte? Enfim, pode somar mais um à sua lista. Instinto de Vingança (Tell-Tale, 2009) é uma adaptação para os cinemas da obra de Edgar Allan Poe. Na verdade, mais uma adaptação. Só para o conto "The Tell-Tale Heart", o imdb lista 23 citações, entre curtas-metragens e séries de TV.

Instinto de Vingança

Instinto de Vingança

Não dá, portanto, para esperar algo criativo. E na procura por diferenciais sobram poucos argumentos. O elenco tem como protagonista Josh Lucas. Ele é Terry Bernard, um cara que arruma computadores, viúvo que cuida sozinho da sua filha, que tem uma doença degenerativa incurável. Ah e um problema no coração, que o levou à lista de receptores. Seu único momento feliz da semana é quando leva a filha ao hospital e encontra a médica da menina, a linda e solteira Dra. Elizabeth Clemson (Lena Headey).

Sua sorte começou a mudar quando um casal é assaltado à noite e ambos acabam morrendo, sobrando para ele o coração da vítima. Mas como estamos falando de um thriller, o assassinato dos dois é visto através de flashbacks, com vislumbres parciais do que estava acontecendo. Durante a sua recuperação, Terry também começa a ter essas visões e surgem dúvidas sobre o sucesso da operação e, depois, de sua própria sanidade.

Com o tempo, ele vai descobrindo que seu coração virou um "radar" que apita quando está perto de um dos assassinos e o leva a cometer atos que ele não cometeria. Começa então a investigação e neste ponto entra na história o detetive Van Doren (Brian Cox), que está envolvido no caso por motivos pessoais.

Todo escuro, o filme não traz grandes novidades do ponto de vista estético, narrativo ou de atuação. Mas depois que a história trilha para um caminho óbvio e que acaba se desenrolando há lá no final uma faísca de brilhantismo, uma fagulha incapaz de acender o filme, mas que pelo menos serve de consolo depois de tanto tempo perdido.

Nota do Crítico
Regular