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Crítica

Crítica: Halloween - O Início

Rob Zombie acaba com o mistério do passado de Michael Myers

23.07.2009, às 18H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H50

Alguns dos vilões e anti-vilões mais assustadores e fascinantes da indústria do entretenimento têm nos mistérios sobre suas origens suas qualidades mais fascinantes. Ou melhor... tinham, já que Darth Vader, Wolverine, Hannibal Lecter e até o demônio Pazuzu de O Exorcista, entre outros, foram extirpados de suas origens secretas em histórias bastante inferiores ao legado que tinham.

Halloween

Halloween

Agora é a vez de Michael Myers ter seu próprio Esta é Sua Vida.

O assassino surgiu no suspense Halloween, que cimentou em 1978 o gênero dos filmes-de-maníaco (ou slasher movies) gerando um sem-fim de matadores na sequência, entre eles Jason Vorhees e Freddy Krueger. Mas se o original tinha o cultuado John Carpenter na direção, Halloween - O Início, reinício da longeva série no cinema, tem apenas o roteirista e diretor Rob Zombie, músico famoso e cineasta por desejo, que até aqui havia realizado apenas os medianos A Casa dos 1000 Corpos e Rejeitados Pelo Diabo.

A trama começa acompanhando o menino esquisito Michael Myers (Daeg Faerch) em seu cotidiano. Apanha dos valentões da escola, tem problemas em casa, mata toda a sua família em uma noite de Dia das Bruxas. Obcecado por máscaras, vai parar no sanatório de segurança máxima de Smith’s Grove, onde fica encarcerado 17 anos, sob tratamento pelo Dr. Samuel Loomis (Malcolm McDowell). Uma noite, porém, Myers (agora o gigantesco Tyler Mane) foge - e o terror recomeça.

A primeira metade do filme quase gera algum interesse, mas derrapa logo sob a péssima construção de personagens e a psicologia barata que a acompanha. Padrasto abusivo, mãe prostituta, irmã vadia... já vimos esse filme antes e ele continua não funcionando. Há alguns momentos razoáveis, especialmente quando o menino Myers começa a matar, mas no geral é mesmo péssimo. A segunda parte, com o psicopata fugindo do sanatório, é ainda pior. A suspensão de descrença vai às favas com o encontro "sem querer" entre o matador e sua irmã, Laurie Strode (Scout Taylor-Compton, em papel que tornou famosa Jamie Lee Curtis). McDowell também parece deslocado, em um tremendo erro de seleção de elenco, como o doutor bonzinho. Só mesmo Tyler Mane se salva, já que não abre a boca e precisa apenas parecer ameaçador em sua máscara sem face.

Zombie é mais um diretor preguiçoso, mais interessado no sangue escorrendo e usando a história como mera desculpa para tanto, do que em criar suspense e tensão de verdade, em dar relevância aos personagens para que os espectadores sintam suas mortes. Ao chacinar estereótipos, Michael Myers é mais um a apulhalar o bom cinema de terror moderno. Justo ele, que costumava ser tão bom nisso...

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Nota do Crítico
Regular