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Crítica

Crítica: Gente Grande

Mais uma comédia sem graça com Adam Sandler

23.09.2010, às 18H56.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H08

Antes que me acusem de perseguição ou discriminação, não sou eu que não gosto dos filmes do Adam Sandler. São eles que não gostam de mim e me fazem sofrer. Só piora o cenário quando Rob Schneider está junto - e ele quase sempre está!

Gente Grande

Gente Grande

Em Gente Grande (Grown Ups, 2010) os dois interpretam amigos de infância que foram campeões do time de basquete do colégio ao lado de versões jovens de Chris Rock, Kevin James e David Spade. Passados trinta anos, o time se reúne de novo, desta vez para homenagear o técnico, que acabou de falecer. Neste tempo em que estiveram separados Lenny Feder (Adam Sandler) se transformou em um poderoso agente de Hollywood; Eric Lamonsoff (Kevin James) é um empresário; Kurt McKenzie (Chris Rock) virou dono-de-casa; Rob Hilliard (Rob Schneider), um terapeuta alternativo; e Marcus Higgins (David Spade) continua o eterno adolescente.

É a velha história de reunir os velhos amigos que há muito tempo você não vê e ficar lembrando dos tempos em que as preocupações se resumiam a conseguir se dar bem com uma menina e mostrar que você era melhor do que o outro, de preferência fazendo piada em cima dele. E neste ponto o filme até que funciona. A química entre os amigos é muito boa e as piadas entre eles surgem como espinhas nas caras de adolescentes.

Porém, depois do funeral os amigos vão para a casa do lago onde comemoraram o tal título, cada um com sua família. E quando isso acontece o filme empaca. Não há desenvolvimento de personagens. As esposas são tão secundárias quanto os filhos e os pequenos dramas que eles tentam inserir ali são tão desinteressantes quanto olhar a grama crescer. O filme, afinal, é sobre os amigos que - naquele fim de semana - voltam a ser o que eram há três décadas.

Assim, a revanche do jogo de basquete entre o velho time contra os barrigudos caipiras que nunca saíram da pequena cidade do interior de New England não tem a menor graça ou emoção. Não há busca por superação porque nunca houve grandes obstáculos a serem vencidos por eles. É a falta de profundidade de um roteiro levada a níveis jamais imaginados por pires mundo afora.

Por tudo isso, causa estranheza o final, em que o personagem de Adam Sandler (o Didi Mocó de Hollywood - com a diferença que Sandler sempre consegue se dar bem no final), dá uma lição de moral tão hipócrita que chega a ser ofensiva. Para quem quer ensinar humildade ao filho, é preciso se achar menos deus. E para quem quer fazer comédia, é preciso ser mais engraçado - pelo menos para o público, já que entre eles a diversão estava visivelmente garantida.

Nota do Crítico
Regular